Cotidiano

Em depoimento, Palocci nega acusações da Lava Jato

SÃO PAULO ? Por três horas, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento hoje na Polícia Federal, em Curitiba, e negou que tenha beneficiado a empreiteira Odebrecht e recebido vantagens indevidas da empresa. Palocci foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Omertà. O prazo de sua prisão temporária, de cinco dias, vence amanhã, quando o juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-ministro será libertado.

Após o depoimento, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio afirmou que Palocci demonstrou que as acusações do Ministério Público Federal seriam improcedentes, inclusive o de pagamento de propina. Em relação à suspeita de que o ex-ministro teria atuado pela aprovação de uma medida provisória que resultaria em benefícios tributários para a empresa, Batochi disse que Palocci teria votado contra o projeto e pedido seu veto ao ex-presidente Lula.

? Como se sustenta a acusação de que ele teria trabalhado para aprovar se a Câmara registra o voto contrário? ? disse o advogado, que também refutou a hipótese do Ministério Público que atribui o apelido ?Italiano?, encontrado nas anotações pessoais e troca de mensagens de Marcelo Odebrecht, ao ex-ministro.

José Roberto Batochio também minimizou os encontros que Palocci teve com Marcelo Odebrecht enquanto ocupava o Ministério da Fazenda. Segundo o advogado, Palocci tinha o dever de manter interlocução com o empresariado. Questionado se Palocci tinha um relacionamento com Marcelo Odebrecht, respondeu:

? Com o Marcelo Odebrecht e com a torcida do Corinthians e do Brasil, porque ele falava com todo o empresariado, nacional e estrangeiro, como era da sua obrigação institucional como ministro da mais importante ou de uma das mais importantes pastas do governo que é o Ministério da Fazenda ? disse.

(*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire)