Cotidiano

Em decisão unânime, Justiça anula eleição de presidente da Usiminas

RIO – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais anulou, nesta quarta-feira, a eleição do presidente da Usiminas, Sergio Leite. Leite tinha sido eleito em maio com o apoio da íltalo-argentina Ternium, uma das sócias da siderúrgica que trava disputa há dois anos pelo controle da empresa com a japonesa Nippon Steel. Com a decisão, unânime, o ex-presidente Rômel Erwin de Souza voltará ao posto. A posse deve ocorrer até a semana que vem.

O principal desafio de Souza será elevar a geração de caixa da Usininas. Segundo fontes próximas ao alto escalão da empresa, a siderúrgica precisa gerar ao menos R$ 1,2 bilhão para honrar compromissos e manter a operação. No primeiro semestre, a geração de caixa da Usiminas foi de poucos mais de R$ 100 milhões.

Souza, que sempre teve apoio dos japoneses, assumiu a presidência da Usiminas interinamente, em setembro de 2014, em meio a uma polêmica sobre pagamento de bônus a diretores ligados à Ternium. Esses executivos, incluindo o então presidente da Usiminas, Julián Eguren, foram destituídos na época.

Na gestão de Souza, a Usiminas passou a dar prejuízo e a briga entre Ternium e Nippon se acentuou. Os sócios tiveram que fazer um aporte de R$ 1 bilhão na empresa. Em abril, houve eleição para o Conselho de Administração da Usiminas, e o novo presidente do colegiado passou a ser Elias Brito, homem de confiança da Ternium.

A Ternium, então, aproveitou a ocasião para voltar ao controle da Usiminas. Mesmo com a oposição da Nippon, conseguiu eleger Sergio Leite para a presidência. Como o acordo de acionistas prevê que a diretoria só pode ser eleita por consenso, a Nippon recorreu à Justiça para destituir Leite. Embora tenha perdido em primeira instância, ganhou em segunda instância. Mas ainda cabe recurso. O mandato de Leite ia até 2018.

Procurados, Nippon e Ternium não se pronunciaram. A Usiminas disse em comunicado que ?aguardará a intimação da referida decisão?. Em nota, o presidente do Conselho de Administração da Usiminas, Elias Brito, disse que ?respeita a decisão da Justiça? e ressaltou que ?o mais importante, em qualquer cenário, será manter as melhorias operacionais da empresa, visando a uma gestão eficiente para o processo de recuperação necessário para a siderúrgica?.