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Em casa: após vaias no Rio, francês Lavillenie compete em Paris

ATHLETICS-OLY-2016-RIO-PODIUMO francês Renaud Lavillenie, vaiado na Olimpíada durante a disputa de salto com vara, quando perdeu a medalha de ouro para o brasileiro Thiago Braz, compete neste sábado pela etapa de Paris da Liga Diamante, no Estádio de França, a partir das 15h (de Brasília, com Bandsports). Ídolo na França e ainda recordista mundial, ele poderá se recuperar das recentes decepções em um ambiente totalmente a favor e ainda pegar embalo para um tira-teima: na próxima quinta, em Zurique, pela mesma liga, Lavillenie se reencontrará com Braz pela primeira vez após o duelo entre os dois no Engenhão. Thiago e Lavillenie

– Eu vou dar o meu melhor para reconquistar este estádio – avisou Lavillenie ontem.

No site oficial da Liga Diamante, no link da etapa de Paris, é possível perceber a idolatria do saltador francês: uma imagem de Lavillenie comemorando, de braços abertos, com uma imagem da Cidade Luz ao fundo, misturando com uma paisagem comum aos cariocas, o Corcovado e o Cristo.

Anteontem em Lausanne (Suíça), também pela liga, o saltador francês disputou sua primeira prova pós-Jogos. E mais uma vez ficou com prata.

Enquanto isso, o paulista de Marília, aos 22 anos e ainda comemorando o feito olímpico, afirma que vai para a disputa da etapa de Zurique sem a obrigação de vencer.

– Não vejo responsabilidade nenhuma nisso. Eu sou jovem ainda. Não posso tão jovem assim querer pegar o salto com vara e ser o número 1 do mundo. Não é porque ganhei o ouro na Olimpíada que eu preciso ganhar todas as competições. Não é uma obrigação, mas vou me cobrar – disse Thiago ao Globoesporte.com.

O campeão olímpico disputará sua primeira competição após a conquista. Antes disso, amanhã, ele embarca para a Itália, onde mora e treina, sob o comando do técnico ucraniano Vitaly Petrov.

Braz comenta que seguirá treinando, mas sem falar em em Tóquio-2020.

– Por enquanto, eu quero descansar. Nem pensei ainda no próximo ciclo. Quero finalizar este ano, competir as três que eu já tinha marcado antes da Olimpíada. Para os próximos anos, vamos dar uma descansada, tentar manter só resultado – completou.

MÁGOA NA OLIMPÍADA

No Rio, quem chegou como favorito foi o francês, credenciado pelo ouro em Londres-2012, além da liderança no ranking mundial do salto com vara da IAAF, a federação mundial de atletismo. Ao disputar salto por salto a medalha dourada com o atleta anfitrião, foi vaiado pelo público e retrucou depois com diversas declarações, dizendo que a torcida era ?deplorável? e ?de futebol?, o que o levou no dia seguinte a ser vaiado no pódio.

Na prova, Braz alcançou a marca de 6,03m, estabelecendo o novo recorde olímpico (sendo que jamais havia ultrapassado os seis metros). Lavillenie não conseguiu superá-lo e terminou no segundo lugar do pódio. Dias antes, o próprio francês havia colocado em dúvida a capacidade do campeão olímpico conseguir a vitória em uma prova de tamanha importância. Até mesmo porque o brasileiro vinha de maus resultados no primeiro semestre.

Por intermédio de Sergei Bubka, ouro no salto com vara em Seul-1988, pela extinta União Soviética, e uma das lendas da modalidade, Braz e Lavillenie se reconciliaram. Porém, ao deixar o Brasil, o francês mostrou que a mágoa ainda persistia e seguiu reclamando dos espectadores.