Cotidiano

Em carta aberta, John Neschling diz que se mantém à frente do Municipal de SP

SÃO PAULO – O maestro John Neschling divulgou na manhã desta domingo uma carta aberta em que admite ter pensado em pedir demissão de suas funções como diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo. Na sexta-feira à tarde, Neschling informou, por meio de nota à imprensa, que faria um pronunciamento público na próxima segunda para, quase uma hora depois, cancelar o evento.

Na carta, Neschling escreve que, na mesma sexta-feira, teve uma conversa com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Na reunião, segue o maestro, Haddad reafirmou que só o demitiria se a Controladoria Geral do Município (CGM) apresentasse provas ou indícios de malfeitos por parte dele. O prefeito falou, no entanto, que entendia as dificuldades da situação e respeitaria qualquer decisão que tomasse.

O regente relata que voltou atrás na decisão de pedir demissão ao ler uma reportagem sobre a investigações que estão sendo feitas pela CPI e pelo Ministério Público do Estado sobre sua suposta participação nos desvios de R$ 15 milhões dos cofres públicos. Segundo ele, os nomes de José Luiz Herência, ex-diretor da FTM, e William Nacked, ex-diretor do IBGC, que o acusam de interferir na programação do teatro, nas contratações de espetáculos e de favorecer um agente estrangeiro que o representa no exterior, não foram sequer citados. Herência e Nacked assinaram acordo de delação premiada com o MP.

O maestro foi convocado e compareceu, no mês passado, a uma sessão da CPI, onde prestou esclarecimentos sobre sua atuação como diretor artístico do Municipal. Convocado para as duas sessões seguintes para uma acareação com Herência e Nacked, ele não compareceu, amparado por decisão judicial.

Sua mulher, a escritora Patrícia Mello, compareceu à sessão de quarta-feira, mas não respondeu às perguntas dos vereadores.