Cotidiano

Em artigo, Fidel relembra infância e critica Obama

201608122043038411_RTS.jpg

HAVANA ? No dia em que comemora 90 anos, Fidel Castro escreveu artigo no jornal oficial do Partido Comunista Cubano, ?Granma?, relembrando momentos da infância e da Revolução Cubana, que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista e implantou o regime comunista na ilha caribenha. O líder cubano, que passou o comando do país em 2008 ao irmão Raúl Castro, aproveitou a oportunidade para criticar o presidente americano, Barack Obama.

?Grandes potências como China e Rússia não podem ser submetidas a ameaças que as imponha o emprego de armas nucleares. São povos de grande valor e inteligência?, escreveu Castro. ?Considero que faltou altura ao discurso do presidente dos Estados Unidos quando visitou o Japão, e lhe faltaram palavras para se desculpar pela matança de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima, embora soubessem os efeitos da bomba. Foi igualmente criminoso o ataque a Nagasaki, cidade que os donos da vida escolheram ao acaso?.

Segundo Castro, ?a Humanidade hoje enfrenta o maior risco de sua História?, é ?por isso que deve-se insistir sobre a necessidade de preservar a paz, e que nenhuma potência tenha o direito de matar milhões de seres humanos?.

O texto, intitulado ?El cumpleaños? (O aniversário), começa com lembranças da infância no território conhecido como Birán, no Leste de Cuba, como uma viagem feita por Castro com sua mãe, quando tinha oito ou nove anos, para Pinares de Mayarí; e do ingresso no Colegio La Salle, em Santiago de Cuba.

?Eu acredito que a falta de educação é o maior dano que pode ser feito?, escreveu Castro.

Não por acaso, o país é exemplo em educação no continente. No ano passado, a Unesco destacou Cuba por ter sito o único país na América Latina e Caribe a atingir os objetivos do programa ?Educação para Todos?.

O líder cubano também lembrou histórias pessoais sobre a revolução, como a morte de seu pai, ?poucos anos antes do triunfo?.

?Antes, ele sofreu bastante?, disse Castro. ?De seus três filhos homens, o segundo e o terceiro estavam ausentes e distantes. Nas atividades revolucionárias um e outro cumpriam seus deveres. Eu havia dito que sabia quem poderia me substituir se o adversário tivesse êxito em seus planos de eliminação. Eu quase ria com os planos maquiavélicos de presidentes dos EUA?.

Após o golpe de Fulgêncio Batista, em 1952, ?uma página da história da Revolução foi escrita: os estudantes universitários e organizações juvenis, junto ao povo, realizaram a primeira Marcha de las Antorchas para comemorar o centenário do nascimento de José Marti?.

?Já havia chegado à convicção de que nenhuma organização estava preparada para a luta que estávamos organizando?, lembrou Castro, sobre a Revolução. ?Havia uma confusão total dos partidos políticos que mobilizavam massas de cidadãos, da esquerda, da direita ou do centro, enojados com a politicagem que reinava no país?.