Economia

Em ano pandêmico, oeste exporta menos que em 2019 e em 2018

Em ano pandêmico, oeste exporta menos que em 2019 e em 2018

Cascavel – Apesar da recuperação em novembro, as exportações de empresas do oeste do Paraná fecharam 2020 em queda, com o pior resultado em três anos. Os oito principais municípios exportadores, que correspondem a mais de 97% das vendas da região, faturaram US$ 1,817 bilhão ano passado, 23,3% a menos que em 2019, quando, pela primeira vez na história, a região rompeu a casa dos US$ 2 bilhões vendidos em um ano, chegando a US$ 2,3 bilhões. Os números de 2020 também são menores que os de 2018, quando foram exportados US$ 1,88 bilhão.

A principal explicação é a pandemia do novo coronavírus, que chacoalhou as economias do mundo inteiro. No ano passado, janeiro e fevereiro vinham em alta, então o vírus chegou ao Brasil e foi uma sequência de resultados menores, à exceção de novembro, com crescimento de 5%. Dezembro amargou queda de 14,6%.

Com o recuo, a região também perdeu participação nas exportações estaduais, que caíram em proporção menor (-2,2%). Em 2019, a região respondeu por 13% das vendas do Estado para fora do País. Ano passado, foram 10,2%, praticamente mesmo nível de 2018.

Três dos oito municípios do oeste venderam mais, com destaque para Medianeira, que registrou crescimento de 23% no ano, totalizando US$ 142,7 milhões, contra US$ 116 milhões no ano anterior, impulsionado pela venda de carne suína, uma surpresa da balança comercial regional ano passado.

A maior queda é de Toledo, de 93,8%, totalizando US$ 25,2 milhões. O Município teve o pior desempenho desde 2016, quando havia exportado US$ 20,8 milhões. O tombo se explica pela venda da soja. Em 2019, empresas de Toledo exportaram US$ 431,9 milhões, a maioria soja. Ano passado, foram US$ 26 milhões, praticamente nada da oleaginosa.

Apesar da queda de 16% na comparação com 2019, Cascavel manteve a liderança na região, tendo faturado US$ 430,3 milhões para fora do País. No ano anterior, o Município havia exportado mais de meio bilhão de dólares.

 

China compra 22% menos no ano

Mesmo com queda de 22%, a China manteve a liderança na pauta de exportações. Um de cada três dólares foi faturado para o gigante asiático, totalizando US$ 612 milhões, contra US$ 787 milhões em 2019. Em segundo se mantém o Paraguai, que comprou 9,5% a mais, totalizando US$ 228 milhões.

Sete dos dez maiores parceiros comerciais compraram menos ano passado que no ano anterior, a exemplo do Japão, terceiro maior comprador, que importou US$ 99,5 milhões, queda de 14%. A maior alta foi de Cingapura (43%), que recebeu US$ 57,7 milhões em produtos do oeste.

Algumas das quedas mais significativas foram da Alemanha, que comprou 50,8% a menos no ano, do Chile (-47,8%). Contudo, depois da China, a maior queda em valores é do México, que reduziu suas compras em 90%: US$ 7 milhões, contra US$ 77,6 milhões em 2019.

Apesar das oscilações, sete dos principais parceiros do oeste em 2019 do continuaram entre os dez.

 

 

 

Complexo Carnes é o carro-chefe

A queda de 10,9% nas exportações ano passado não tiraram do complexo carne a liderança nas vendas da região oeste. Pelo contrário. Como as vendas do complexo soja caíram mais da metade (65%), as carnes passaram a responder por 75% das vendas da região. Em 2019, eram 64,6%.

A avicultura respondeu por 56,7% das exportações ano passado. Contudo, as vendas foram menores: US$ 1,024 bilhão, contra US$ 1,2 bilhão em 2019 no item carnes e miudezas.

Dentro desse complexo, o destaque ficou com carne bovina, que teve alta de 346% no ano: US$ 5,5 milhões, contra US$ 1,2 milhão em 2019. Já carnes de animais suínos totalizaram US$ 164 milhões, 16% a mais que no ano anterior.

No complexo grãos, tanto a soja quanto o milho tiveram expressivas quedas, totalizando queda de 67,8% no ano. Na conta soja, incluindo derivados como tortas e óleos, foram exportados US$ 179,6 milhões, contra US$ 518,3 milhões em 2019, queda de 65%. E, de milho, a região vendeu para fora do País US$ 6 milhões ano passado, 89,6% a menos que em 2019 (US$ 58,3 milhões).

Nesse caso, apesar da supervalorização das commodities, a grande procura interna fez com que a maioria dos grãos ficasse na própria região, principalmente para nutrição animal.