Cotidiano

Em ano de pandemia, menos da metade das vagas são preenchidas

Conforme levantamento da Agência do Trabalhador, o número de vagas abertas ficou bem próximo da média

Em ano de pandemia, menos da metade das vagas são preenchidas

Cascavel – Que o ano de 2020 foi difícil todos sabem, especialmente no quesito econômico. A pandemia do novo coronavírus fechou empresas e muitas pessoas foram demitidas. Outras, que atuavam na informalidade, ficaram sem renda. Em meio a uma das piores crises da história, um dado chama a atenção. Apesar disso tudo, menos da metade das vagas de trabalho abertas em Cascavel e região foram preenchidas, o pior desempenho dos últimos cinco anos.

Conforme levantamento da Agência do Trabalhador, o número de vagas abertas ficou bem próximo da média. Foram 16.433 vagas, contra 17.286 em 2019 e 18.495 em 2018, por exemplo. A diferença começa na procura pelas vagas: 37.178 encaminhados ano passado, contra 84.936 no ano anterior (o maior registro desde 2016). E se confirma com o total de colocados: 7.345, contra 12.434 em 2019 e 15.174 em 2018.

Para se ter uma ideia, em 2017, por exemplo, 85,7% das vagas abertas foram preenchidas. Em 2018, o índice foi de 82% e, no ano seguinte, 71,9%. Em 2020, essa proporção caiu para 44,7%.

A gerente da Agência do Trabalhador de Cascavel, Marlene Crivelari, explica que a queda está ligada à covid-19: “Toda essa situação da pandemia, o medo de se expor e a própria segurança que o auxílio emergencial trouxe, influenciaram na quantidade de pessoas que procuravam as Agências”.

Ela conta que, apesar das demissões no início do ano, muitos empresários voltaram a abrir vagas meses mais tarde e, sem procura, tiveram de adaptar sua rotina de contratações: “Os empresários ofertaram vagas em vários lugares, contrataram pela Agência, mas também [ofereceram] pelo Instagram, pelo Facebook”, explica.

A queda na procura pelas vagas foi tão grande que Marlene decidiu levar a Agência para fora, conversando com grupos nas ruas, inclusive nas filas da Caixa: “As linhas de produção são nosso carro-chefe, mas nós tentamos trazer sempre novas vagas, conversamos com empresários, fazemos essas negociações, mesmo quando o cargo requer experiência ou especialização, tentamos mediar para que consigam formalizar a contratação”.

A expectativa, segundo a gerente da Agência do Trabalhador, é que 2021 apresente crescimento na procura por empregos devido ao fim do auxílio emergencial.

 

 

 

Paraná lidera ranking nacional com 74 mil empregados pelas Agências do Trabalhador

 

O Paraná tem mais um indicador positivo de desempenho de sua economia e do mercado do trabalho. Balanço da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério da Economia posicionou o Estado na liderança isolada do ranking nacional de colocação de profissionais pelas Agências do Trabalhador em 2020. Foram 74.615 trabalhadores encaminhados para vagas de emprego com carteira assinada.

O resultado coloca o Paraná distante do segundo lugar, o Ceará, que fechou o ano com 30.020 colocações. Em seguida vêm São Paulo, com 29.713; Distrito Federal, com 22.437, e Minas Gerais com 18.282 novos trabalhadores.

Na Região Sul, o Paraná está 500% acima do segundo lugar, que foi o Rio Grande do Sul, com 14.855, e 1.260% à frente de Santa Catarina, com 5.922 vagas ocupadas por meio da intermediação das Agências do Trabalhador.

“A liderança isolada do Paraná mostra o inquestionável esforço das Agências do Trabalhador para captar vagas e encaminhar profissionais para empregos formais. E confirma mais uma vez dinamismo da economia paranaense e o acerto de ações do governo para apoiar o setor produtivo e estimular a geração de empregos”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. Ele destaca que o Paraná é um dos primeiros estados a retomar a economia após a paralisação provocada pela pandemia.

Existem hoje 216 Agências do Trabalhador no Paraná, o que facilita o acesso ao mercado de trabalho.

Para o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, o desempenho do Paraná em encaminhamento ao mercado do trabalho pelas Agências do Trabalhador é fruto da estratégia adotada no atual governo, de uma postura proativa junto às empresas que ofertam vagas de emprego. “Se deve também à parceria entre o governo e as empresas empregadoras”, afirma Ney Leprevost.

 

Setores

Os setores que mais contrataram por meio das Agências do Trabalhador no ano passado foram: Indústria (28.323), Serviços (17.475), Comércio (9.887), Agropecuária (5.049), Construção (4.344) e Informação/ Comunicação (1.623).

Confira os dez primeiros com maior número de colocados pelo Sistema Nacional de Emprego.

Paraná         74.615

Ceará          30.020

São Paulo   29.713

Distrito Federal     22.437

Minas Gerais        18.282

Bahia          16.585

Mato Grosso do Sul       14.936

Rio Grande do Sul         14.855

Mato Grosso        12.389

Santa Catarina      5.922