Cascavel – As chuvas típicas de verão que ocorrem no meio da tarde, seguidas de calor forte acabaram contribuindo com o aumento da proliferação do mosquito transmissor da dengue em toda a cidade e esse aumento acabou refletindo na quantidade de casos positivos da doença em Cascavel. De acordo com boletim divulgado ontem (10) pela Secretaria Municipal de Saúde, os casos dobraram em apenas uma semana, passando de 71 para 147 casos, um acréscimo de 76 casos confirmados.
Para se ter uma ideia da gravidade disso, neste novo ciclo epidemiológico, que começou no início de agosto eram 71 casos e, agora, em uma semana dobrou a quantidade. No último ano de ciclo, de agosto de 2020 a agosto de 2021 foram 132 casos, ou seja, com estes casos confirmados a cidade já ultrapassou o ciclo passado inteiro. O Bairro Coqueiral é o que tem a maior incidência de casos, com 49, seguido pelo Bairro Cancelli com 8 e o Canadá com 7 casos.
Vigilância maior
Clair Wagner, gerente Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental, explicou que diante disso, a população precisa estar ainda mais vigilante e evitar qualquer acúmulo de água nos locais que possam se transformar em criadouros do mosquito. “Estamos num momento crítico, de chuva e calor, o número de casos positivos vem aumentando de forma assustadora. O combate à dengue é um dever de todos”, reforçou a gerente.
Por causa disso é importante sempre manter a atenção nos locais que possam acumular água e que muitos acabam esquecendo de verificar, hábito que deve ser mantido periodicamente, como examinar os vasos de plantas, calhas e outros locais. Em alguns casos, como em ralos, é importante colocar algumas gotas de água sanitária para que caso possuam ovos, seja evitada a eclosão e a liberação de mais mosquitos Aedes aegypti.
Novo Liraa
Na próxima semana, de segunda (14) a quarta-feira (16), os agentes de endemias irão realizar o segundo Liraa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral) de 2022. Serão vistoriados 4.733 imóveis neste período para fazer o levantamento de infestação do mosquito que além da dengue, transmite a Zika vírus e Chikungunya. O primeiro Liraa do ano apontou um índice de infestação de 1,5%, acima do 1% preconizado pela a Organização Mundial da Saúde, mas em algumas localidades chegou a 3,7%.
Conforme a coordenadora do Setor de Controle de Endemias, Ana Paula Barboza, é importante que a população receba os agentes de endemias, já que a pesquisa é fundamental para identificar quais regiões estão acima da média preconizada e, dessa forma, desenvolver as ações necessárias de prevenção e combate.
Ana Paula explicou ainda que todos os bairros serão visitados neste novo levantamento e que é realizada uma técnica de pesquisa larvária sendo coletadas larvas em 100% dos depósitos encontrados em cada domicílio, o que permite, além de quantificar as amostras, identificar o tipo de criadouro. Sendo assim mesmo os imóveis que já foram visitados recentemente serão inspecionados novamente.
Toledo
A Secretaria Municipal de Saúde de Toledo também está preocupada com o aumento de casos da doença. Conforme a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian Konig, a cidade está diante de um quadro epidemiológico preocupante, já que na última semana pelo menos 60 pessoas tiveram sintomas típicos da doença, como petéquias (manchas avermelhadas na pele), dor abdominal e febre e que precisaram ser internadas.
Segundo ela, os agentes estão trabalhando até nos fins de semana para bloquear o entorno da residência da pessoa com sintoma suspeito de dengue. “Estamos aplicando inseticida com a bomba intercostal. Não tem sido um trabalho fácil, pois estamos encontrando focos consideráveis deste mosquito em grande quantidade. Só para ter uma ideia, foram 15 deste porte numa área de nove quarteirões, principalmente em cisternas abertas ou mal tampadas”, relatou.
“Dia D” tem ações neste sábado
Neste sábado, dia 12 de março, ocorrerá um novo Dia D de prevenção à dengue, uma ação conjunta para a conscientização da população contra a proliferação da doença. A ação é parte de uma iniciativa do Sesc nos municípios que aderiram à campanha, com apoio de instituições estaduais, como a Defesa Civil, a Secretaria de Estado de Saúde, a Casa Civil e o Corpo de Bombeiros, além de instituições privadas que auxiliarão na distribuição de material e divulgação da ação.
A proposta é uma integração entre poder público e sociedade civil organizada em prol da luta contra a proliferação da doença. O objetivo é convidar as pessoas a realizarem ações de eliminação de criadouros em suas residências, evitando que ocorra a propagação do mosquito por meio da ação individual das pessoas, mostrando que a participação popular é essencial para garantir a manutenção da segurança das pessoas.
