Política

EDITORIAL:Trabalho infantil, um mal a ser combatido

Os números assustam: em seis anos, 15.675 menores foram vítimas de acidentes de trabalho no Brasil. De 2003 a 2017, 897 crianças e adolescentes foram resgatados da escravidão. E tem ainda outro número aterrorizador: em dez anos, 236 jovens entre 5 e 17 anos perderam a vítima em função de acidente de trabalho.

Os dados do Ministério Público do Trabalho falam por si só e revelam que o combate ao trabalho infantil ainda precisa avançar e muito no País.

Segundo o Observatório Digital do Trabalho Escravo, desenvolvido pelo MPT e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), crianças e adolescentes não apenas trabalham, como as condições a que são submetidas são inumanas.

Embora muitas pessoas defendam o ingresso precoce no mercado de trabalho como uma opção para “ganhar responsabilidade”, há duas questões a serem enfatizadas: primeiro que nada justifica explorar alguém, inclusive no trabalho; segundo, que um jovem que trabalha rende muito menos nos estudos e suas chances de concluir a formação acadêmica se reduzem substancialmente.

Que direito temos nós de podar o futuro da nação? De boicotar as novas gerações, que poderão construir um país melhor?

Existem outras formas de manter uma criança ou um adolescente afastado das ruas. Esporte é a principal delas, assim como atividades culturais. Nossos jovens merecem uma chance de um futuro melhor. E só o terão se tiverem respeitado seu direito de crescer e aprender. Além disso, responsabilidade também se aprende em casa, na escola, nos grupos de amigos. Eles não precisam aprender o que é responsabilidade sendo vítimas da irresponsabilidade de quem deveria protegê-los.