Opinião

Editorial

Por Carla Hachmann

Dinheiro pelo ralo

 

Tão nocivo aos cofres públicos como a corrupção, a má gestão é sinônimo de muito dinheiro jogado fora no Brasil. Recente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) revela que os gastos públicos ineficientes no Brasil geram prejuízos de US$ 68 bilhões por ano. Isso equivale a 3,9% de tudo o que o País produz, ou seja, nosso PIB (Produto Interno Bruto).

A publicação faz parte da série de estudos denominada Desenvolvimento nas Américas.

As ineficiências vão desde a alocação de recursos públicos e na forma de execução de programas e projetos, até as compras governamentais, a gestão do funcionalismo público e as transferências de recursos. Em todas as frentes é desperdício. Ou má alocação.

Quando se pensa em má gestão deve-se ter em conta todas as decisões equivocadas, as ineficientes, as “burras”, que a população muitas vezes cansa de reclamar e não é ouvida. Inclusive, é a maior punida por isso.

São obras iniciadas e não terminadas. Serviços e programas criados com objetivos eleitoreiros ou por ideologias pessoais. Sistemas de funcionamento burocráticos e entroncados.

Para promover a eficiência do gasto público no Brasil, o estudo do BID sugere melhorar a gestão de investimento público, com prioridade a projetos de maior impacto fiscal e que garantam o crescimento do País.

A maior parte das recomendações é prática: incluem maiores investimentos em crianças em relação a idosos, aprimorar a gestão do funcionalismo públicos a partir de meritocracia e revisão de carreiras e salários, fortalecer os sistemas de compras públicas e criar mecanismos que assegurem as transferências de recursos para aqueles que realmente necessitam.