Política

EDITORIAL: Uma estatal eficiente ou populista

No Brasil, uma polêmica sempre existiu: queremos uma estatal eficiente ou populista? Muitas estatais foram privatizadas porque nas mãos do governo eram cabides de emprego e ineficientes, e, nas mãos da iniciativa privada, universalizaram os serviços e viraram economicamente rentáveis. Foi assim com os telefones, por exemplo.

Esse também é o caso da Petrobras. Ironicamente, a empresa símbolo do governo petista se revelou o maior reduto da corrupção brasileira. Até hoje, quatro anos depois do início da Lava Jato, ninguém sabe dimensionar quanto foi roubado da estatal. Dinheiro que abasteceu campanhas, empreiteiras, políticos, doleiros e muitos amigos do rei. Uma das maiores riquezas do País viu suas ações despencarem e a Petrobras fechou anos seguidos de prejuízos bilionários.

Após vir à tona o cartel que funcionava com o aval da diretoria, o chamado Petrolão, uma nova diretoria, agora sob o comando de Pedro Parente, levou eficiência na gestão. Mudaram a política de preços e o brasileiro sentiu os reajustes quase que diário na bomba dos carros. Gasolina e óleo diesel dispararam, para fazer frente ao mercado internacional. Medida que qualquer empresa privada tomaria, não fosse o detalhe: a Petrobras não é privada, é estatal.

Ou seja, nesse caso, deveria atuar sob uma gestão populista, subsidiando os preços e bancando a diferença em prol da população? Até quando seus cofres aguentariam?

Talvez a questão da Petrobras não seja se ela é estatal ou privada. É prudente um país resguardar suas reservas de petróleo. Ainda é uma das maiores riquezas deste mundo. Por outro lado, manter o mercado nas mãos de poucas distribuidoras pode ser o gargalo do sistema. A queda de Pedro Parente revela que ainda não estão dispostos a enfrentar esse dilema.