Política

EDITORIAL: Uma eleição sem vice

A exatos 74 dias das eleições, o Brasil tem 18 nomes na disputa à Presidência da República e o Paraná tem ao menos sete postulantes ao governo do Estado. Desses, uns três ou quatro já definiram seus vices, quase todos formando as chamadas chapas puras.

Com o prazo aberto para as convenções políticas, os partidos têm ainda um fôlego para negociar apoios e alianças, na melhor composição que conseguirem. Em 5 de agosto as convenções se encerram, mas os partidos têm ainda mais dez dias para entregar as atas aos tribunais eleitorais.

Mas há muito tempo não se via um cenário tão indefinido num prazo tão próximo das eleições.

Se considerar que neste ano a campanha será de apenas 45 dias e que cada eleitor terá de votar seis vezes (presidente, 2 senadores, deputado federal, deputado estadual e governador), vai ficar apertado o tempo para conhecer quem estará disputando as eleições.

E, quem mora no Paraná e quem mora no Brasil sabe a importância do vice. Afinal, quem hoje governa o País e o Estado eram vices em 2014.

Até candidatos bem cotados nas pesquisas estão com dificuldades de fechar a vaga. Um porque é ruim de voto, outro porque tem um discurso que assusta, e ainda até aquele cujo partido todos querem ficar longe. Os motivos são dos mais diversos.

Oxalá essa reticência na composição das chapas seja reflexo de uma mudança de comportamento e responsabilidade, e que os candidatos estejam cientes de que a filosofia de que “vice não atrapalha e não opina” não pode mais existir. Não num país que anseia pela democracia plena e que sonha em se tornar melhor. Não em uma sociedade que se uniu para combater a corrupção. Não em uma nação que busca o crescimento e o desenvolvimento socioeconômico. Não mais!