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EDITORIAL: O agricultor sabia que pagaria a conta da greve?

A greve dos caminhoneiros vai ficar para a história por vários motivos. Além da conta bilionária que deixou para o povo pagar, a mobilização revela agora dois aspectos controversos e, não fosse o impacto econômico, o absurdo renderia boas risadas.

Um dos maiores apoiadores da paralisação vai pagar a pior das contas. A principal reivindicação dos caminhoneiros era a implantação da tabela do frete mínimo. Uma demanda antiga que nunca tinha saído do papel. E por razões mais do que lógicas.

Pressionado por todos os setores e sem saber para onde correr, o governo cedeu e criou as tais tabelas. Mas, além de violar uma regra básica de mercado, a lei da oferta e procura, estabeleceu preços impraticáveis. Especialmente no transporte de cargas a granel. Resultado: pararam o transporte de grãos na região. Isso porque, conforme as cooperativas, quem vai pagar a conta é o produtor rural. Aquele mesmo que pôs suas máquinas nas rodovias em apoio à greve dos caminhoneiros.

Oficialmente, fala-se em aumento de 55% sobre os valores praticados antes da greve. Nos bastidores, há quem diga que o aumento do frete passa de 100%, porque até 20 de maio valia o “choro”, o que agora está fora de questão.

Diante da pressão do agronegócio, a tabela errada promete ser corrigida. Mas, como cresceram os olhos diante da nova remuneração, os caminhoneiros não querem ceder e ameaçam o governo com nova paralisação.

Por enquanto, o resultado é danoso para todos os lados. Ninguém conseguiu ganhar ainda com a fatídica greve. E, a continuar nesse ritmo, todos devem computador apenas perdas com um movimento histórico e sem explicação.