Opinião

EDITORIAL: Em clima de tensão

O que se viu até agora nas redes sociais, em rodas de (agora ex-)amigos, na mesa do bar, em mensagens via WhatsApp tem tudo para se repetir nas eleições deste domingo. Um clima de violência, tensão, divisão, intolerância.

A Polícia Federal se prepara (e se arma) para o pior. Serviços de inteligência apontam que o risco de fraude, compra de votos, crimes eleitorais nem é tão preocupante quanto à possibilidade de violência neste dia 7.

E nem seria de se surpreender se isso ocorresse. Seria apenas um reflexo de tudo o que se viu e se soube. Das ruas, da mídia e dos tribunais da Justiça.

Cabe ao eleitor mudar essa postura. Afinal, todos teremos de levantar cedo e ir trabalhar na segunda-feira. Todos teremos de pagar os boletos que vencem, a conta de água e luz para não ficar sem. Amanhã ou depois voltaremos a precisar daquele com quem discutimos porque o candidato A era melhor que o B, ou vice-versa.

Faz parte do jogo eleitoral a briga entre os adversários. Isso acontece no futebol, no boxe, até no jogo de truco. Um provoca o outro. Mas não pode contaminar a torcida. Quando isso acontece é o mais fraco quem mais apanha.

É preciso lembrar que todos somos um. Um mesmo povo, uma mesma nação, um mesmo país. Nossas diferenças devem ficar restritas à opinião, ao gosto, e respeitar as escolhas assim como queremos que as nossas sejam respeitadas. Confiar no processo. E acreditar que a eleição realmente muda o futuro da nação, a começar por nós mesmos.