Política

EDITORIAL: Economia perde fôlego

A incerteza do futuro político brasileiro tem feito com que o setor produtivo tire o pé do acelerador e a economia já começa a dar sinais de perda de fôlego. Apesar de o Banco Central manter a estimativa de crescimento de 2,75% do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano, economistas já tratam de um tímido crescimento dos investimentos, isso porque tem como base de comparação bastante fraca: desde o início da crise, os investimentos na economia brasileira recuaram 30%. E a economia depende da melhora do quadro de investimentos para garantir um crescimento vigoroso e de longo prazo.

Hoje, a principal incerteza ainda é com relação à que cara o Brasil terá após as eleições de outubro. Isso porque há muita coisa pendente e que não deve ser resolvida até lá, especialmente a Reforma da Previdência, que deve ficar para o próximo presidente.

Sem um cenário claro até mesmo de quem vai disputar as eleições, a expectativa é de que os cofres das empresas só sejam abertos após outubro e os investimentos comecem a aparecer no fim do ano.

A economia brasileira tem dados sinais de perda de fôlego neste início de ano e feito com que parte dos economistas revisasse as projeções para o desempenho econômico no primeiro trimestre.

Um dos entraves, alertam, é quanto à demora dos reflexos da queda da taxa de juros. Enquanto a Selic se consolida em seu menor nível histórico (6,5% ao ano), os juros ao empresário não recuam, mantendo o crédito caro e uma opção distante. O Brasil vive um momento antagônico. Enquanto todos almejam o crescimento econômico, as incertezas políticas e os números ruins do governo central protelam o novo ciclo.