Um assunto considerado tabu inclusive na própria imprensa, o suicídio vem crescendo silenciosa e dolorosamente. Seja nas escolas, nas igrejas, nos corredores, em casa, na mesa de bar, parece que falar de suicídio é “coisa de outro mundo”.
Há anos, a própria imprensa se autocensurou sobre o assunto cedendo ao argumento de alguns especialistas de que divulgar notícias desse tipo “estimula” quem pensa em se matar.
O resultado disso é que as pessoas continuam se matando, só que ninguém sabe. Há algumas semanas a equipe de reportagem do Hoje News, que divide redação com o Jornal O Paraná, tenta levantar os números do suicídio em Cascavel. Ninguém fala. Ninguém sabe. Ninguém quer ouvir falar.
Contudo, diariamente chegam relatos de estudantes, mães, pais, tios, vizinhos, idosos decidiram pôr um fim à vida.
Será que manter isso em segredo ainda é o melhor a ser feito? Muito além dos dogmas religiosos, é literalmente uma questão de vida e morte. De muita dor e de dúvidas para família e amigos. Como não vi antes? Por que não ajudei? Onde foi que eu errei? São perguntas que atormentam parentes a vida inteira.
A partir de agora, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que pensam em cometer suicídio têm um novo canal para buscar ajuda: é o telefone 188, gratuito. Válido para todo o País.
De qualquer forma, tratar abertamente do assunto pode, sim, salvar muitas vidas. Vale lembrar que, na maioria dos casos, o suicida não quer morrer. Ele apenas quer deixar de existir porque sua realidade é dolorosa demais. É responsabilidade de todos estender a mão, abrir os braços, prestar atenção e, principalmente, acolher.
