Cotidiano

E se os mais ricos do mundo dessem suas fortunas às startups?

m1162543.jpgBRUXELAS E NOVA YORK – Quantas empresas poderiam ser criadas se os empreendedores locais recebessem as fortunas dos mais ricos daquele país? Para calcular isso, a Bloomberg criou o Índice Robin Hood 2016.

Eles analisaram os indivíduos mais ricos de 42 economias com diferentes regimes políticos e ambientes regulatórios para os negócios e compararam seu patrimônio líquido com o custo do processo de criação de pequenas e médias empresas.

No Brasil, patrimônio líquido do homem mais rico do país, Jorge Paulo Lemann ? que é sócio da 3G Capital, que controla, por exemplo, a AB InBev ? seria suficiente para abrir 74.036 novas empresas.

Já a fortuna de Bill Gates ajudaria a criar 137.296 empresas a um custo de US$ 605 cada se distribuído entre os empreendedores locais dos EUA. Isso provocaria enormes implicações no mercado de trabalho. Nos Estados Unidos, as pequenas empresas têm contribuído para a maior parte do crescimento dos empregos, com a geração de 1,4 milhão de novas vagas em 2014, segundo a Administração de Pequenos Negócios do país.

COREIA DO SUL TEM O MAIOR CUSTO

Os empreendedores da China, o país mais populoso do mundo, conseguiriam colocar mais empresas em funcionamento do que em qualquer outro país ? 596.303, exatamente ? graças a Wang Jianlin, da Dalian Wanda Group, cuja história de vida serve de inspiração para empreendedores iniciantes. Na China, contudo, a corrupção e a burocracia ainda representam obstáculos para as novas empresas.

Os custos mais elevados para criar um negócio estão na Coreia do Sul e nos Emirados Árabes Unidos ? onde a menor quantidade de negócios seria criada, 2.971 e 2.345 respectivamente, segundo o Índice Robin Hood.

O índice leva em conta apenas as despesas processuais. Há muitos outros fatores para calcular, como custo de mão de obra, aluguel e capital integralizado, para nomear alguns. Outros custos são difíceis de quantificar, como burocracia, corrupção implícita, cumprimento de contratos jurídicos e mais, que também são críticos para tirar um negócio do chão.

Contudo, como um exercício intelectual, é possível imaginar o que os campeões de 42 países, com uma fortuna estimada de US$ 756 bilhões ? 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 2016 ? podem fazer com o próprio dinheiro que o governo e as agências não podem.

O índice mostra, hipoteticamente, quantas empresas podem ser criadas com o patrimônio líquido dos mais ricos de cada país. Os números foram calculados usando dados do índice Bloomberg Billionaires e do relatório Doing Business 2016, do Banco Mundial. Os custos de criação de empresas foram expressados no Doing Business original como porcentagem da renda nacional bruta per capita.

O índice é uma adaptação de um trabalho original do Banco Mundial. As visões e opiniões expressadas na adaptação são unicamente de responsabilidade do autor ou dos autores da adaptação e não são endossadas pelo Banco Mundial.