Política

E-mails revelariam compra de propriedade ao Instituto Lula

São Paulo – A defesa do empresário Glaucos da Costamarques anexou ao processo relacionado ao Instituto Lula uma série de mensagens destacadas por ele que foram entregues pelo delator Marcelo Odebrecht. Nessa ação penal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber como propina da Odebrecht um imóvel onde seria instalada a sede do Instituto Lula e também um apartamento em São Bernardo do Campo. Costamarques é apontado como “laranja” do esquema. As 27 mensagens comprovariam que o negócio teria sido intermediado pelo ex-ministro Antonio Palocci, pelo pecuarista José Carlos Bumlai (amigo de Lula) e pelo advogado e compadre de Lula, Roberto Teixeira.

Em um dos e-mails, de agosto de 2010, o executivo Paulo Baqueiro de Melo diz para o empreiteiro Marcelo Odebrecht que precisa falar pessoalmente com ele para tratar sobre o “prédio institucional”.

Dois meses depois, o executivo envia outra mensagem para Marcelo dizendo que gostaria de apresentar o relatório da aquisição do imóvel. Em outra mensagem, Odebrecht afirma para Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, “Brani, favor lembrar ao chefe o encontro que ele ficou de marcar com o advogado sobre o prédio, pois recentemente fomos cobrados.” “Chefe” seria o codinome de Palocci, também citado como “Italiano”.

Os documentos fazem parte de um arquivo entregue por Odebrecht no mês de fevereiro ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Os e-mails fundamentariam a delação premiada do empreiteiro. Ele conseguiu a progressão de regime no fim do ano passado e na sequência teve acesso ao conteúdo apreendido em um computador pessoal.

O novo material anexado ao processo fez com que Moro abrisse prazo para que as defesas dos réus tivessem acesso ao conteúdo e destacassem aquilo que fosse relevante às partes.

Essa ação penal é a segunda relacionada ao ex-presidente Lula na Lava Jato e parece caminhar para a fase final. O processo do Instituto Lula corre na Justiça desde dezembro de 2016. Os interrogatórios se encerraram em setembro. A demora é ocasionada por uma série de perícias e diligências autorizadas por Moro. A investigação apura se Lula teria recebido R$ 12,4 milhões de propina da Odebrecht. A defesa do ex-presidente nega as acusações. As informações são da Band News.