Esportes

Dos 33 atletas da seleção de natação, apenas um está entre os três melhores do mundo

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Pode ser que falte tempo aos nadadores brasileiros. No ranking mundial da Federação Internacional de Natação (Fina), atualizado após a seletiva americana, no início deste mês, dos 33 atletas nacionais, só há um representante entre os três melhores: João Luiz Gomes Jr., terceiro tempo nos 100 m peito, com 59s06.

Nas últimas braçadas deste ciclo, o Brasil aparece pouco entre os 10 melhores classificados do mundo. Dos 30 nadadores, seis figuram no top 10. Nenhuma mulher. Se este número for confirmado em agosto, com os atletas indo às seis finais previstas, a natação igualará o desempenho da modalidade em Pequim-2008. Mas a meta da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) é ir além do recorde de finais em uma edição.

? Eu não sou muito de estatística. Mas gostaria que eles dessem o melhor deles, estando bem competitivamente, bem com eles mesmos. Só assim poderão superar marcas pessoais e chegar às finais, se quisermos ter o maior número de finais da nossa história ? diz Alberto Pinto da Silva, o Albertinho, um dos técnicos da seleção. ? Se as chances aumentaram ou diminuíram, é porque o mundo está nadando mais rápido.

Para Ricardo de Moura, superintendente da CBDA, as posições dos brasileiros na lista estão dentro do esperado. Além das seis finais previstas, há chance de outras seis semifinais, com atletas do 10º ao 16º lugar nos rankings individuais, o que aumentaria as possibilidades de finais.

? Nosso objetivo é fazer a melhor campanha do Brasil em todos os esportes aquáticos. Para isso, a gente se baseia em número de finais ? declarou Moura.

Na prova dos 50 m, o francês Florent Manaudou (21s42), o australiano Cameron McEvoy (21s44) e o americano Adrian Nathan (21s51) têm os três melhores tempos. Bruno Fratus aparece em oitavo, com 21s74. Fratus já nadou 21s41 neste ciclo, abaixo dos 21s61 que fez quando foi quarto colocado em Londres-2012, dois centésimos acima de Cesar Cielo, medalhista de bronze naquela prova, vencida por Manaudou, com 21s34. No Mundial de Kazan, ano passado, Manaudou venceu, seguido por Nathan. Fratus foi terceiro. Os tempos dos três: 21s19, 21s52 e 21s55.

? Isso não quer dizer que ele já perdeu, que perde sempre. Fratus foi quarto em Londres, mas isso não significa que vá ganhar ou perder. Outros nadadores apareceram no ciclo. O mundo é grande. Todos os treinadores fizeram o que precisava ser feito: a evolução do time brasileiro, colocando mais atletas em condições de chegar às finais ? explicou Albertinho.

Na renovação, há um preço a pagar, mas também frutos a colher. Cielo ficou fora dos Jogos e Ítalo Duarte entrou de maneira surpreendente na segunda vaga dos 50 m livre. No ranking mundial, no entanto, está em 12º, com 21s82.

Felipe frança: quinto nos 100m peito

Já nos 100 m peito, João Luiz Gomes Jr. (59s06) é terceiro no ranking e, entre todos os atletas da seleção, é o mais cotado para o pódio. Felipe França, com 59s26, tem o quinto melhor tempo na mesma prova. Kevin Cordes, dos Estados Unidos, 58s94, e o britânico Adam Peaty, 58s36, lideram. O americano Cody Miller é quarto, com 59s09.

? Abrimos o leque. Gostaríamos de ver o melhor deles chegando às finais, sem pressão. Se não acontecer, foi porque outros nadaram mais rápido, não há o que fazer ? destacou Albertinho.

Thiago Pereira foi à final dos 400 m medley em Pequim-2008 e ficou em último. Em Londres, foi prata na prova, vencida pelo americano Ryan Lochte. O japonês Kosuke Hagino, bronze em 2012, lidera os rankings dos 200 m e 400m medley, com 1m55s07 e 4m08s85.

Thiago se concentrou nos 200m e tem o quinto tempo, com 1m57s77, atrás de Michael Phelps (1m55s91), Ryan Lochte (1m56s22) e Hiromasa Fujimori (1m57s57).