Cotidiano

Doria, Marta e Russomanno evitam confronto direto em debate na TV

debate.jpgSÃO PAULO – Com a disputa embolada entre os três primeiros candidatos da eleição em São Paulo, Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB) optaram por não correr riscos nesta sexta-feira no quarto debate eleitoral na TV e evitaram embates e críticas a seus adversários diretos. O prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), que se apresenta com poucas chances de ir para o segundo turno, foi isolado na disputa. O debate foi organizado pelo SBT, jornal Folha de S.Paulo e portal UOL.

Candidato que mais cresceu nas pesquisas eleitorais na reta final da campanha, Doria evitou até mesmo fazer perguntas a Russomanno e Marta. Quando teve a chance de entrar num embate direto com ambos, o tucano preferiu candidatos que estão atrás nas pesquisas, como Luiza Erundina (PSOL) e Major Olímpio (SD). Entretanto, foi no debate com a deputada que o tucano sofreu o maior ataque. Erundina o questionou sobre a invasão de área pública pelo empresário no município de Campos do Jordão e o patrocínio do governo do estado para revistas de luxo da editora do candidato. Doria respondeu que decidiu devolver a área pública que ele anexou a sua propriedade em Campos do Jordão e defendeu seus negócios editoriais.

Já Marta e Russomanno, nas duas oportunidades que tiveram de debater, preferiram apresentar suas propostas, sem críticas um ao outro. O candidato do PRB chegou a elogiar as promessas da adversária para a saúde.

? Marta, suas propostas são ótimas e eu vou encampá-las ? disse o deputado.

A tática de evitar confronto seguiu à risca uma orientação do marketing das campanhas. Em eleição, existe uma máxima de que agressividade entre os candidatos não é bem vista pelos eleitores. Como a disputa está muito apertada e são grandes as chances do primeiro turno ser decidido por uma diferença pequena de votos entre os favoritos, nenhum candidato quer arriscar nada nesses últimos dias de campanha.

Isolado no debate, Haddad foi sempre um dos últimos a ser chamado para o embate de propostas. Nas considerações finais, ele afirmou que São Paulo é uma das poucas prefeituras que estão com as contas em dia em meio à crise econômica e, para tentar atrair um eleitor que por muitos anos foi fiel ao PT na cidade, mas agora se afastou, ele disse que priorizou as áreas mais pobres da cidade para fazer os investimentos.

? São Paulo não está de pires na mão como muitos governos estão. Os investimentos foram sendo priorizados na periferia ? disse o petista.

Erundina se despediu do debate, defendo o legado dela quando prefeita de São Paulo no fim dos anos de 1980 e se colocando contrária à campanha de voto útil nesta eleição.

? No primeiro turno escolha o candidato que mais se identifica com a sua expectativa de cidade ? afirmou.

Russomanno e Marta investiram na experiência política como legado importante para resolver os problemas da cidade, num ataque indireto a Doria, que disputa sua primeira eleição.

? Estou no meu quinto mandato de deputado. Eu olho o serviço público do lado daquele que usa e não daquele que presta o serviço.

? O povo quer mudança mas mudança com experiência política. Olha o que aconteceu com o (Celso) Pitta, a Dilma (Rousseff). A vocação política é imprescindível ? disse Marta.

Doria reagiu, repetindo o bordão “não sou político, sou gestor”.

? Nessa condição farei sim uma gestão eficiente na cidade de São Paulo ? encerrou o tucano.

Major Olímpio falou em “indignação” e “valores” em suas considerações finais.

? Estou indignado com o rumo do nosso país. É preciso resgatar valores.

Viu alguma irregularidade na campanha? Fotografou? Fez um vídeo? Mande para o WhatsApp Eleições 2016 do GLOBO: (21) 99999-9114