Cotidiano

Donos de títulos da Oi recorrem de decisão na Holanda sobre subsidiárias

SÃO PAULO – Um grupo de detentores de bônus da Oi recorreu nesta sexta-feira da decisão proferida na última semana por uma corte holandesa, que recusou a declarar insolvência de duas subsidiárias da operadora naquele país. Em comunicado, o Comitê Internacional de Detentores de Bônus informou que “segue comprometido em encontrar solução consensual” para reestruturar a dívida das duas unidades da Oi na Holanda.

O Comitê Internacional de Detentores de Bônus detém mais de US$ 2 bilhões em bônus emitidos pelas duas subsidiárias holandesas e outras unidades do grupo Oi. As subsidiárias têm cerca de US$ 6,2 bilhões em bônus no mercado. A Oi não quis comentar a informação.

O recurso ressalta as agendas dissidentes de diferentes grupos credores que participam da reestruturação da Oi e como seus desentendimentos estão dificultando o processo.

As ações ordinárias da Oi subiam de 0,27% no na Bovespa no final da tarde, para R$ 3,75, e os papéis preferenciais avançavam 1,6%, a R$ 3,19.

Em dezembro, um grupo separado de detentores de bônus da Oi, assessorados pela Moelis & Co, propôs injetar US$ 1,25 bilhão de capital novo na operadora de telefonia, uma medida que lhes daria o controle imediato da empresa, por meio de uma troca de dívida por ações.

Apoiado pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris, o plano faz parte de uma oferta vinculativa apresentada à Oi depois que o grupo Moelis considerou a proposta de recuperação judicial da empresa “inaceitável” por impor um desconto de 70% na dívida em bônus.

“A reestruturação deve tratar igualmente os credores em situação similar”, disse o Comitê Internacional de Detentores de Bônus, acrescentando que, se houver uma necessidade comprovada de levantar capital novo, todos os credores devem ser convidados a participar “em uma base justa e equitativa”.

A Moelis não tinha um comentário imediato a respeito da estratégia do grupo, que foi formado em novembro por investidores dissidentes, incluindo a Aurelius Capital Management, a Attestor Capital, a Citadel e a York Capital Management.

A Oi, com sede no Rio de Janeiro, fez o maior pedido de recuperação judicial do Brasil em junho para reestruturar cerca de R$ 65 bilhões em dívidas bancárias, regulatórias e em títulos.

Uma suspensão da execução, que protege a Oi dos processos de credores, expirará em maio, disse uma fonte próxima de detentores de bônus que não tem permissão para falar em público.

Um grupo de investidores liderados pela Cerberus Capital Management planeja apresentar uma proposta alternativa de recuperação judicial para a Oi em março. O Elliott Management, de Paul Singer, revelou um plano para a Oi envolvendo uma injeção de capital de R$ 9 bilhões no mês passado.