Cotidiano

Dono admite erros e diz que Odebrecht não pode mais tolerar ?elos podres?

SÃO PAULO. O maior acionista do Grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, disse nesta quarta-feira que não vai mais aceitar erros dentro da empresa que, segundo ele, não pode ter mais ?elos podres?. Emilio é pai de Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano na Operação Lava-Jato.

As declarações de Emilio foram dadas durante um encontro entre altos executivos da empresa, num hotel em São Paulo, cujo objetivo era discutir o seu futuro. Cerca de 150 líderes da Odebrecht estavam presentes.

Segundo relatos ? dados ao jornal ?Folha de S.Paulo? e confirmados pelo GLOBO ?, foram as mais duras palavras de Emilio sobre os malfeitos da empresa desde a deflagração da Lava-Jato.

A Odebrecht negocia acordos de leniência e delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e com a força-tarefa da Lava Jato. Emilio reconheceu que as colaborações têm causado ansiedade e incerteza entre os funcionários. No discurso, ele admitiu os erros da empresa e disse que não vai tolerar novos desvios, ele usou inclusive o termo ?elos podres?.

Em sua fala, o empresário reconheceu que a Odebrecht errou e destacou a importância de a empresa mudar de postura. Emílio afirmou que a Odebrecht não repetirá o comportamento praticado até então e não será mais omissa, como fez no passado.

Emílio ressaltou que o grupo baiano sairá menor desse processo no que diz respeito ao seu tamanho, mas passou a mensagem de que a empresa pode ficar mais forte com esse amadurecimento.

Os presentes ao encontro disseram que Emilio foi bem mais incisivo desta vez do que em seu último pronunciamento público sobre a situação da empresa. No final de 2015, numa mensagem de fim de ano, o empresário escreveu uma carta aos funcionários, em que apontava as prioridades da empresa.

?Libertar os nossos Companheiros, promover a defesa do nosso pessoal que está sendo acusado, apoiar suas famílias, fortalecer a união de todos os Integrantes em torno da Odebrecht e continuar promovendo seu crescimento e desenvolvimento?, dizia a carta.