Política

Dólar tem forte alta e fecha a R$ 3,60 após quase 2 anos

São Paulo – A cautela deu o tom do pregão na sexta-feira em que o dólar a vista fechou acima de R$ 3,60 pela primeira vez em quase dois anos. Um dos motivos é a expectativa em relação à pesquisa de intenção de voto da CNT/MDA sobre a eleição presidencial, prevista para segunda-feira, 14. As especulações são de que esse levantamento mostrará migração de intenções de votos do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB), que desistiu de concorrer, para o pré-candidato pelo PDT, Ciro Gomes, que é visto como desalinhado com as propostas do mercado. Assim, a moeda americana renovou as máximas na reta final do pregão, chegando a bater os R$ 3,61. Na semana, acumulou alta de 2,14%. Já a Bolsa, após três dias de alta, teve queda de 0,75%, aos 85.220,23 pontos.

A moeda americana fechou a sexta em alta de 1,43%, cotada a R$ 3,6002, maior patamar desde 31 de maio de 2016. Naquele pregão de dois anos atrás, os mercados domésticos estressaram com a notícia de que a Polícia Federal indiciara o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e dois executivos do banco no inquérito da Operação Zelotes, que investiga compra de decisões no Carf.

Corte da Selic

O mercado voltou a falar em maior procura por hedge e também nas dúvidas sobre até onde vai o patamar do dólar em relação ao real que deixa o Banco Central do Brasil "confortável" com a valorização e seus impactos na inflação. A expectativa do mercado é para novo corte da Selic semana que vem, mas cresce a percepção que o BC trabalha cada vez mais com sinalizações ambíguas. O enfraquecimento da atividade sustenta a redução das taxas; mas a apreciação do dólar preocupa. Conforme pesquisa do AE dados da Agência Estado, a mediana das expectativas do câmbio para fim de maio subiu 4,13%, para R$ 3,53. Para o fim do segundo trimestre, a mediana foi de R$ 3,54.