Economia

Dólar cai para R$ 5,05 após novos sanções contra a Rússia

No mercado de ações, o dia também foi marcado por oscilações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 111.203 pontos, com recuo de 0,35%

idólar, dinheiro
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Brasília – O embargo dos Estados Unidos ao petróleo e ao gás da Rússia não teve grandes efeitos no câmbio. O dólar acelerou a queda e fechou em baixa pela primeira vez após duas altas seguidas. A bolsa de valores oscilou muito ao longo do dia, mas teve leve queda em meio à volatilidade global. O dólar comercial encerrou a terça-feira (8) vendido a R$ 5,053, com recuo de R$ 0,026 (-0,52%). A cotação operou em alta até o início da tarde, aproximando-se de R$ 5,10, mas perdeu força após o anúncio de que os Estados Unidos proibirão a compra de petróleo e de gás da Rússia.

No mercado de ações, o dia também foi marcado por oscilações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 111.203 pontos, com recuo de 0,35%. O indicador alternou altas e baixas ao longo da sessão, mas acompanhou as bolsas norte-americanas e encerrou com queda. Após o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciar a suspensão das importações de petróleo e de gás da Rússia, a cotação internacional do petróleo fechou em forte alta. O preço do barril do tipo Brent encerrou o dia vendido a US$ 128, no maior nível desde 2008.

Apesar do agravamento das tensões internacionais, o anúncio teve efeito favorável para o câmbio brasileiro porque o encarecimento do petróleo e de várias matérias-primas estimula a entrada de divisas no Brasil.

 

Sanções

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem (8) a suspensão das importações de petróleo da Rússia. Biden reconheceu que muitos países aliados, devido à dependência energética, podem não ser capazes de tomar medidas parecidas. “Os Estados Unidos produzem muito mais petróleo domesticamente do que todos os países europeus juntos. Na verdade, somos também exportadores, então podemos assumir essa medida, outros não podem. Estamos trabalhando também com parceiros europeus para reduzir a dependência da energia russa”, afirmou Biden.

O mandatário americano afirmou também o apoio de mais de 1 bilhão de dólares de assistência para segurança na Ucrânia em carregamentos de equipamentos de defesa e também apoio humanitário, tanto para os ucranianos que saíram quanto para os que estão lutando no país. “Estamos implementando o pacote de sanções mais significativo da história e que está causando danos significativos na economia russa. O rublo [moeda oficial russa] caiu 50% em relação ao início da guerra, o rublo agora vale menos do que 1 centavo de dólar. Cortamos vários bancos russos do sistema financeiro internacional, o que dificulta que eles façam transações com o restante do mundo”, ressaltou Biden.

O presidente americano disse ainda que Vladimir Putin, mandatário russo, já está prejudicando as famílias americanas devido a um aumento nos preços dos combustíveis. “Desde que Putin entrou na Ucrânia, o preço da gasolina subiu 75 centavos de dólar. E vou fazer de tudo para evitar que suba ainda mais. Estamos liberando 60 milhões de barris de petróleo. A metade, 30 milhões, vai vir da reserva estratégica dos Estados Unidos e estamos tomando outras medidas para que o fornecimento de energia global continue”, disse Biden.

 

Foto: ABR

 

Putin reage e limita exportações

 

Em respostas as novas sanções, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou ontem decreto de “medidas especiais” para salvaguardar a economia do país, no qual autoriza o governo a proibir as exportações de produtos e matérias-primas. O objetivo é “garantir a segurança da Federação Russa e a operação ininterrupta da indústria” e estará em vigor até 31 de dezembro de 2022, segundo agências de notícias russas.

O decreto proíbe “exportar para fora da Federação Russa” produtos e/ou matérias-primas, que serão especificados em lista aprovada pelo governo russo nos próximos dois dias. As medidas não serão aplicadas a “produtos e/ou matérias-primas exportadas da Rússia e/ou importadas para o país por cidadãos da Federação Russa, cidadãos estrangeiros e apátridas para uso pessoal”.

Com este decreto, o presidente russo confere ao Executivo “a autoridade para determinar os detalhes da aplicação das medidas planejadas” tanto para produtos ou matérias-primas quanto para pessoas físicas ou jurídicas. O governo determinará em dois dias as listas de países estrangeiros onde será proibida a importação de determinados produtos e matérias-primas.