Cotidiano

Dois agentes penitenciários faziam a segurança no momento de rebelião em Manaus

MANAUS – Apenas dois agentes penitenciários monitoravam a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus, na madrugada deste domingo, quando os detentos, transferidos do Complexo Penitenciária Anísio Jobim (Compaj), deflagraram rebelião que levou à morte outros quatro presos. A informação foi confirmada pelo presidente do sindicato dos servidores penitenciários do Amazonas, Rocinaldo Silva. Segundo ele, o ideal era que tivesse, pelo menos, cinco vezes o número.

Silva afirma que a cadeia não possui estrutura para receber os cerca de 300 internos, que foram transferidos após o massacre que resultou na morte de 60 detentos no Compaj.

– Recebemos as informações de que não houve reféns. Como não teve a separação dos presos por crimes, já que a cadeia não tem capacidade alguma de abrigar esses detentos, acontece essas coisas – relatou ele. – Essa cadeia não tem condições de receber esses presos. Com a massa carcerária que hoje tem, que é cerca de 300, precisaríamos de, pelo menos, 10 agentes.

Ele ainda destaca que o local não possui limpeza e nem infraestrutura mínima para abrigar os presos.

– Não tem gestão. Não tem assistência social. Não tem limpeza. Não tem nada. Ou seja, o local não tem capacidade de abrigar esses detentos – finalizou.

Por volta de meio-dia deste domingo, o governo do Amazonas divulgou nota a respeito da nova rebelião.

“O Comitê de Gerenciamento de Crise informa que, na madrugada deste domingo (8), presos que estão na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, Centro, iniciaram uma briga por motivo desconhecido. Quatro presos foram mortos pelos próprios internos. Dos 4 mortos, 3 foram decapitados e 1 por asfixia.

A situação neste momento é considerada estável e com policiamento reforçado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. As mortes serão investigadas”, diz o texto.