Cotidiano

Doações de sangue reduzem em média 25% na região Oeste

Esquecimento é um dos principais problemas enfrentados pelos hemocentros

Cascavel – Os dias que antecedem o fim do ano geralmente são dedicados a encerrar atividades, reorganizar tarefas, preparar uma viagem ou, na maioria dos casos, o início das férias. Diante da proximidade das festas de Natal e Ano Novo, muitos acabam se esquecendo de alguns gestos praticados ao longo do ano.

É o caso das doações de sangue, que durante o mês de dezembro caem significativamente. Isso, segundo a assistente social do Hemocentro em Cascavel, Eliane Avancini, já é uma tendência, principalmente por ser um período em que prefeituras e empresas da região – grupos em que há um número elevado de voluntários – entram em férias coletivas.

“Agora é uma época em que contamos só com as doações de quem mora em Cascavel. Porém, os atendimentos aos pacientes das cidades vizinhas continuam”, relata.

Essa demanda é o que preocupa a assistente social, já que a média diária de coletas, que chega a 80, reduz 30%. Enquanto isso, o número de acidentes de trânsito e de vítimas que necessitam de transfusões disparam e dificultam a manutenção dos estoques de bolsas de sangue.

Em Toledo, na unidade de coleta e transfusão, a estimativa é de que as doações caiam 20% nesse período. No local, as coletas são feitas nas terças, quartas e sextas-feiras, das 7h30 às 11h. A demanda diária é de 40 bolsas de sangue, o que nem sempre é atingido.

Esquecimento

Uma das melhores ferramentas para quem é doador de sangue é a memória. Anualmente, as mulheres podem doar até três vezes, a cada 90 dias. Já os homens, máximo de quatro doações nos últimos 12 meses, com intervalo de 60 dias. Entretanto, o diretor da Rede Hemepar, Paulo Roberto Hatschbach, lamenta que o esquecimento ainda seja um dos problemas mais frequentes entre os doadores.

“Fidelizá-los é o nosso desafio, fazer com que venham coletar o material mais de uma vez ao ano e contribua para a regularização dos estoques”, diz.

Em todo o Paraná, foram coletadas 156.888 bolsas em 2014, levantamento mais recente da rede, e 70% dos voluntários doaram mais de uma vez no ano. Em comparação a 2013, o aumento foi de 20%. Apesar disso, as transfusões ao invés de caírem, atingiram o mesmo índice das doações, situação que deve ocorrer entre os meses de dezembro e janeiro.

“Infelizmente o número de acidentes é elevado e proporcionalmente a população também aumentou. Não há falta de sangue no Estado, mas sempre é preciso ir atrás de doadores para lembrá-los da importância de sua ação”, ressalta Hatschbach.

(Com informações de Marina Kessler)