Cotidiano

Disputa eleitoral vira caso de polícia no PR

Com o assassinato de um coordenador de campanha, Cantagalo, Virmond e Goioxim decretaram toque de recolher

Cascavel – O anúncio de que as principais corporações policiais disponibilizaram seus efetivos praticamente inteiros para assegurar que a eleição transcorra dentro da normalidade no Paraná não foi suficiente para serenar os ânimos de candidatos e eleitores às vésperas do pleito deste domingo. Em vários municípios, a disputa já virou caso de polícia.

O episódio mais grave ocorreu em Cantagalo, na região de Guarapuava, onde o assassinato de um coordenador de campanha do candidato a prefeito Jair Rocha (PR) levou o juiz Brian Frank a instituir o toque de recolher em toda a Comarca, que envolve também os municípios Virmond e Goioxim. Com a medida, de ontem e até amanhã quem for pego circulando nas ruas entre 22h e 5h pode ser preso, pegar de três meses a um ano de detenção e ainda ter de pagar uma multa de até R$ 5 mil.

“É uma medida drástica, sem dúvida. Mas não posso arriscar a segurança da população”, justificou o magistrado, ressaltando que, para ele, a morte de Emílio Gervásio, de 56 anos, “tem conotação eleitoral”. A vítima foi executada no fim da tarde de quinta-feira com oito tiros de pistola 9mm.

CAFELÂNDIA

Em Cafelândia, cidade vizinha a Cascavel, o vereador Adilson Alves Garcia, o Dil, teve de receber atendimento médico no fim da noite de quinta-feira, após ser agredido a socos e a tijoladas ao chegar em casa na volta de um comício. Ele foi atacado por três elementos encapuzados, fato que dificulta o trabalho da polícia na identificação e prisão dos criminosos.

SANTA TEREZA

Já em Santa Tereza do Oeste, ainda mais próxima de Cascavel, outro episódio ligado ao processo eleitoral terminou na polícia na quinta à noite. A desavença foi entre um cabo eleitoral que distribuía um jornal de campanha e um simpatizante de outra candidatura. Depois de uma breve discussão, houve perseguição que culminou em um acidente envolvendo os veículos dos dois envolvidos, além de agressão física a um deles. Até a Polícia Federal foi acionada, mas não classificou a publicação como crime eleitoral uma vez que ela continha apenas dados oficiais, extraídos do site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

VIOLÊNCIA PELO PAÍS

Ao menos 20 candidatos a prefeito e vereador foram assinados nas diferentes regiões do Brasil desde o início da campanha. A maioria desses crimes foi cometida com disparos de arma de fogo, mas também teve candidato morto a facadas e a golpes com chave de fenda.