Cotidiano

Diretor do FMI vê cenário melhor para América Latina, mas destaca volatilidades

214342140.jpgRIO – As perspectivas para o desempenho da economia da América Latina e o Caribe melhoraram diante da recuperação dos preços das commodities, mas os episódios frequentes de aumento da volatilidade do mercado são uma lembrança das alterações repentinas que a região está sujeita. O alerta é do diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner. Ele aponta ainda as consequências que essas volatilidades podem gerar para as empresas, não apenas sobre a lucratividade, mas também no endividamento.

?Os episódios frequentes de aumento da volatilidade de mercado, mesmo que de curta duração, são um lembrete constante de que as condições de mercado favoráveis podem mudar da noite para o dia?, afirmou Werner no texto ?Em transição: Perspectivas para a América Latina e o Caribe?, publicado nesta quarta-feira no site do FMI.

FMI 20 de julho

No documento, ele comenta a recuperação dos preços de commodities desde o piso registrado em fevereiro, mas afirma que esses preços ainda devem permanecer baixos no futuro próximo. O movimento é acompanhado por uma interrupção, ou mesmo reversão em alguns casos, aponta, das desvalorizações cambiais em algumas economias da região.

A projeção do FMI agora é de uma expansão da economia de América Latina e Caribe de 1,6% em 2017, 0,1 ponto percentual a mais que em abril. Para 2016, a estimativa é de recessão de 0,41%, desempenho também 0,1 ponto percentual melhor que o esperado anteriormente. Em 2015, a recessão foi de 0,04%.

BRASIL: DESEMPREGO LIMITA DEMANDA

O cenário para o Brasil também melhorou, como observado nas projeções econômicas divulgadas nesta terça-feira. A recessão de 2016 esperada agora é de 3,3%, ante 3,8% no dado de abril. Para 2017, agora o FMI prevê variação de 0,5%, quando antes esperava estagnação.

?Espera-se que a economia atinja o seu ponto mais baixo este ano, com algum crescimento positivo na atividade econômica em 2017, embora o nível elevado de desemprego limite a demanda interna?, apontou Werner.

Segundo ele, o governo de Michel Temer formulou uma estratégia de redução gradual do déficit que busca conter ?as pressões insustentáveis sobre os gastos a médio prazo?. O diretor do FMI ressaltou, no entanto, que o governo agora terá de se concentrar em superar os desafios para a implementação dessa estratégia, após ter sido bem recebida pelo mercado.