Cascavel – A disparada das cotações do milho e do farelo, aliada à queda abrupta da moeda americana e à retração econômica brasileira – mesmo com o ótimo volume das exportações -, obrigam a Dip Frangos S/A a adotar uma medida emergencial e necessária para manter-se economicamente ativa e evitar possíveis desligamentos em turnos de abate.
A partir de hoje, a empresa reduzirá em 12,5% o seu alojamento, provocando automaticamente uma retração na oferta de carnes no mercado e levando a Dip Frangos S/A a deixar de abater 15 mil aves ao dia em sua unidade na cidade de Capanema, no Sudoeste do Paraná.
Essa decisão em torno da redução foi tomada para ser seguida nos próximos cinco meses, na esperança de que o cenário econômico nacional esteja mais favorável no período, com o aumento do consumo e consequente elevação do ritmo de sua produção, retomando o eixo do crescimento.
Essa medida é também justificada por conta da redução do consumo da população, em virtude das altas taxas de desemprego verificadas atualmente no Brasil.
A situação já esteve mais crítica, com a saca do milho custando R$ 55 e seguindo estabelecida hoje a um patamar de R$ 40. Mesmo assim, o cenário permanece desfavorável para a atividade. A expectativa era de que o preço hoje girasse em torno de R$ 33 a R$ 35, o que não está ocorrendo, agravada pela quebra na safra de milho, resultado das intempéries climáticas (seca na região central do País e geadas no Sul). Há cerca de um ano, a Dip Frangos S/A chegou a pagar R$ 28 a saca do milho, realidade bem diferente da verificada atualmente. O farelo também aumentou consideravelmente, passando de R$ 1 mil a tonelada no ano passado para R$ 1,5 mil em valores atuais.
Os primeiros benefícios provocados com a redução do alojamento são imediatos, como a diminuição da necessidade de compra de matérias-primas (milho e farelo) em larga escala, reduzindo os resultados negativos.
Avaliação em 90 dias
De acordo com o presidente da Dip Frangos S/A, César Scherer, essa redução no abate será avaliada daqui a 90 dias. Suas consequências serão preponderantes para fazer com que a Dip Frangos S/A normalize a sua produção. Mesmo porque, há uma tendência de melhora no mercado para os próximos meses e queremos contribuir para a celeridade deste processo. A intenção, segundo ele, é evitar que a Dip Frangos S/A afaste qualquer possibilidade de fechamento ou redução de colaboradores, a exemplo do que vem ocorrendo em diversos frigoríficos do País, devido à soma de fatores negativos. Se essa postura for adotada pelo segmento como um todo, o mercado estará ajustado em no máximo três meses, acredita Scherer.
