Cotidiano

Dilma diz achar ?um absurdo? veto da imprensa em sua seção eleitoral

201610021508331995_RTS.jpgPORTO ALEGRE (RS) – A ex-presidente Dilma Rousseff considerou lamentável o tumulto na seção eleitoral em que votou neste domingo, 2. Por ordem do juiz Niwton Carpes da Silva, da 160ª seção da Justiça Eleitoral, a Brigada Militar impediu o acesso da imprensa ao saguão do colégio e à seção de votação de Dilma, começando um confronto. Com essa iniciativa, a Brigada também tentou evitar que o candidato do PT a prefeito, Raul Pont, entrasse para acompanhar Dilma.

Indignado, o ex-ministro Miguel Rossetto começou a argumentar e a gritar que o acesso da imprensa não pderia ser impedido. Rossetto não conseguiu entrar, mas Pont acabou sendo liberado. Na confusão, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) também encontrou dificuldade de entrar no local.

A porta de vidro da entrada do colégio foi quebrada. A confusão começou mesmo antes de Dilma chegar ao local, quando cerca de 30 manifestantes a favor da ex-presidente gritavam palavras de ordem na frente do colégio. Os funcionários do Tribunal Regional Eleitoral tentaram fechar o portão de ferro do pátio do colégio e avisaram que a imprensa não entraria.

Dilma então entrou no pátio e recebeu flores. Mas o acesso ao colégio foi bloqueado, gerando a confusão.

A ex-presidente saiu pela porta lateral do colégio após votar.

? Acho isso um absurdo, antidemocrático, um absurdo impedir a imprensa de chegar aqui. Sempre votei aqui, nunca a Brigada Militar foi chamada, nunca fecharam as portas. É lamentável ? disse Dilma.

Os representantes do TRE alegaram dois motivos para impedir o acesso: primeiro, que havia a manifestação em frente ao portão do colégio, o que é proibido. Depois, que Dilma já não é mais presidente e apenas uma cidadã e que, por isso, seu voto não seria registrado.

Ao saber que o motivo era por ser cidadã, Dilma comentou:

? Se sou uma cidadã comum, tenho muito orgulho. Há que se ter orgulho de ser cidadã ou cidadão nesse país. Viva a democracia.

Ela recebeu flores logo que chegou ao local.

As primeiras ordens de fechar o local foi do técnico Luíz Carlos Braga, escrivão, que disse ter recebido a ordem formal.

Pont ficou com a camisa manchada de sangue de outras pessoas durante a confusão.

? Tenho experiência de 15, 16 eleições e nunca vi isso ? disse ele.

Rossetto acrescentou:

? Impediram que o trabalho da imprensa ? disse Rossetto.

Ao comentar o episódio, o juiz eleitoral culpou a imprensa.

? Registrar voto na urna é errado. Se outros ex-presidentes têm seus votos gravados, um erro não gera precedente. A imprensa teve um comportamento de manada ? disse o juiz,