Cotidiano

Dilma acredita em reverter votos no Senado, diz ex-líder do governo

BRASÍLIA – A presidente afastada Dilma Rousseff manifestou confiança a seus apoiadores de que teria condições de retornar ao cargo ao final do processo de impeachment. Dilma ofereceu um jantar no Palácio da Alvorada aos senadores que votaram contra seu afastamento na noite dessa terça-feira. O senador Humberto Costa (PT-PE), que liderava o governo dela na Casa, afirmou que há esperança de reverter votos e evitar que se atinja a marca de 54 votos pelo afastamento definitivo. Na semana passada, foram 55 os senadores que votaram pela admissibilidade do processo.

? Ela pareceu bem tranquila e confiante que pode reverter esse resultado porque temos observado que a opinião pública tem mudado seu entendimento desse processo desde o que houve na Câmara, a saída dela e o fato de o governo interino vir cometendo erros sobre erros. A população não se sente representada por esse governo (Temer) e isso cria um ambiente para o debate ? disse Humberto.

Dilma fez uma fala de agradecimento aos senadores logo no início do jantar. Na sequência, cada um dos parlamentares presentes também fez exposições. Dilma encerrou as falas ao final manifestando a confiança em uma vitória ao final.

Nessa próxima fase do processo há a possibilidade da defesa e de parlamentares pedirem elementos de prova, como depoimentos, documentos e até perícias. No dia 1º de junho deve ser entregue a defesa da presidente e a ideia dos governistas é que a Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sociais que apoiam Dilma, convoque manifestações para esse dia.

O esforço dos aliados de Dilma será sobre um grupo de senadores que manifestou-se a favor da admissibilidade do processo mas ainda se diz indeciso quanto à votação final. A expectativa é que novas polêmicas em relação ao governo Temer ajude nesse diálogo. Dilma elencou aos parlamentares presentes no jantar como críticas ao presidente interino o fato de políticas nas áreas de direitos humanos e cultura terem perdido expressão no novo governo com a extinção de ministérios que cuidavam dessas áreas.