Cotidiano

Dez presos de Guantánamo são transferidos para Omã

Oman Guantanamo

DUBAI ? Dez prisioneiros de Guantánamo chegaram a Omã nesta segunda-feira, onde residirão de forma provisória, informou o Ministério de Relações Exteriores do país. De acordo com a chancelaria, as transferências foram um pedido direto do presidente americano, Barack Obama. O nome dos detidos não foi divulgado, e o Ministério de Defesa dos EUA ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Autoridades americanas já haviam divulgado que 19 prisioneiros da base militar do país em Cuba seriam libertados nos últimos dias do governo Obama. Em dezembro, o Pentágono declarou que 23 das 59 pessoas ainda presas em Guantánamo poderiam ser transferidas a outras prisões.

Segundo o ?The New York Times?, fontes do governo americano haviam expressado a intenção de solicitar a transferência dos presos para os países que haviam aceitado acolhê-los: Itália, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

As ações são parte de uma das plataformas de campanha do presidente americano, que prometia acabar com o funcionamento da polêmica prisão. Impedido pelo Congresso de realizar um completo fechamento de Guantánamo, Obama se comprometeu a reduzir ao máximo o número de presos na base militar.

Guantánamo mantinha 250 prisioneiros quando Obama chegou à Presidência em 2008. Oito anos mais tarde, o número de detentos é de 59. Durante seus dois mandatos, o líder americano desmobilizou grande parte da cadeia ? conhecida por abrigar acusados de terrorismo, muitos sem indiciamento, e sob críticas por suposta tortura ?, mas não conseguiu fechá-la.

Obama esperava fechar a prisão durante o seu primeiro ano de mandato. Em fevereiro, ele lançou um plano para seu desmantelamento, mas foi contestado por muitos legisladores republicanos e alguns de seus colegas democratas.

Já o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a liberação de presos de Guantánamo seja freada. O republicano escreveu em seu Twitter que os 59 detentos que ainda restam na prisão são pessoas muito perigosas, que não deveriam receber permissão para voltar aos campos de batalha.

?Não deveria haver mais liberações de Guantánamo?, postou Trump. ?São pessoas extremamente perigosas e não se deveria permitir que elas regressem ao campo de batalha?.

Os EUA abriram o centro de detenção de Guantánamo em 2002, um ano após os ataques de 11 de Setembro por militantes islâmicos em Nova York e Washington, para deter suspeitos de terrorismo estrangeiros. A maioria foi detida sem acusação ou julgamento durante mais de uma década, o que levou à condenação por parte da comunidade internacional.