Cotidiano

Dez filmes e séries para estudar se divertindo

Dez filmes e séries para estudar para estudar se divertindo

Reconstituição de época, lições de história, temas polêmicos, bastidores da política. Mais que entretenimento, o cinema e os seriados oferecem a oportunidade de estudar História do Brasil e Geral, Biologia e até Química de maneira leve, divertida e nada maçante.

Obviamente, eles não substituem o estudo nas aulas ou nos livros, mas dão uma força danada para fixar os conteúdos na nossa cabeça, já que mostram os conteúdos como entretenimento, com imagens, texto e áudio. Veja abaixo dez produções que fazem isso com maestria.

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FILMES

1 – “O Que É Isso, Companheiro?” (Brasil, 1997)

Parcialmente inspirado no livro homônimo de Fernando Gabeira, o longa dirigido por Bruno Barreto relembra um fato verídico da história nacional: o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes do MR-8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro), grupo da luta armada contra a ditadura militar.

Por que assistir: O Brasil é um país jovem. Nossa democracia então, mais jovem ainda. “O Que É Isso, Companheiro?” lembra um passado nem tão distante, essencial para entender os dias atuais do país e os motivos pelos quais uma ditadura é sempre uma alternativa nociva para um país.

2 – “O Nome da Rosa” (Estados Unidos, 1986)

O filme inspirado na obra homônima do filósofo italiano Umberto Eco é tão emblemático para as provas do Enem que já rendeu até eventos oficiais para sua análise. “O Nome da Rosa” apresenta com maestria o universo dominado pela Igreja Católica na Idade Média, quando não era necessário muito para ser considerado herege. Estrelada por Sean Connery e Christian Slater, a trama envolve misteriosos assassinatos em um mosteiro na Itália. O final é surpreendente e inesquecível.

Por que assistir: O longa é um retrato vívido do cotidiano na Idade Média e discute temas pertinentes não apenas religiosos, mas também sexuais e econômicos.

3 – “Adeus, Lênin!” (Alemanha, 2003)

O filme de Wolfgang Becker foi sucesso de crítica ao tratar de um tema ainda recente na história, porém com senso de humor único: a queda do muro de Berlim, em 1989. O protagonista é Alexander (Daniel Brühl), que mora do lado Oriental e se posiciona contra o regime soviético. Defensora do sistema comunista em que vive, a mãe do jovem vê o filho sendo preso e, chocada, sofre um ataque cardíaco que a deixa por meses no hospital. Quando sai, ela não faz ideia de que o muro veio abaixo. O medo do coração debilitado da mãe faz com que Alex a mantenha longe dos acontecimentos externos, transformando a casa da família em uma espécie de museu da Alemanha Oriental.

Por que assistir: É um bom panorama de como era dividida a Alemanha pós-guerra e de como ficou após a queda do muro. Berlim, uma das principais metrópoles do mundo, tem até hoje os pedaços desse concreto espalhados pela cidade. Não é à toa.

4 – “A Queda: As Últimas Horas de Hitler” (Alemanha, 2004)

O filme de Oliver Hirschbiegel acompanha os últimos momentos do líder nazista, já confinado em seu bunker, exausto e nervoso pela derrota iminente. Além de Hitler, outros personagens fundamentais são representados, como Eva Braun e a família Goebbels.

Por que assistir: Quando foi lançado, parte considerável do público classificou o filme como a humanização de Adolf Hitler. Pensar apenas dessa forma, no entanto, é raso. “A Queda”, além de mostrar vaidades, desejos e inseguranças do homem que mudou a história do mundo, exibe os impactos do nazismo na Alemanha.

5 – “Entre os Muros da Escola” (França, 2008)

Imigração e xenofobia estão entre os temas da produção indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008. Dirigido por Laurent Cantet, o longa mostra a conturbada relação entre o professor François e alunos de nacionalidades diferentes em uma escola na periferia de Paris. François Bégaudeau é autor do livro que deu origem ao filme e um ator amador cuja performance no filme é memorável.

Por que assistir: É um retrato crítico da França contemporânea, repleta de diferenças culturais e sociais muitas vezes incompreendidas. Um cenário cada vez mais comum em toda a Europa, em tempos de crise de refugiados e recentes demonstrações de intolerância que têm assolado grande parte do mundo.

Filmes e séries para estudar se divertindo

6 – “Lincoln” (Estados Unidos, 2012)

A Guerra de Secessão, que por quatro anos colocou o Norte e o Sul dos Estados Unidos em choque e deixou mais de 600 mil mortos, é o pano de fundo do filme dirigido por Steven Spielberg. À frente da trama está a luta de Abraham Lincoln (Daniel Day-Lewis), 16º presidente norte-americano, pela votação da emenda constitucional que acabaria com a escravidão no país. “Lincoln” foi sucesso de público e crítica, levando diversos prêmios, entre eles dois Oscars e um Globo de Ouro em 2013.

Por que assistir: O filme trata de parte fundamental da história dos EUA. As divergências políticas e econômicas da segunda metade do século 19, sobretudo do quarto e último ano da guerra civil americana (1865), estão muito bem representadas.

7 – “A Garota Dinamarquesa” (Estados Unidos, 2015)

O longa de Tom Hooper é de uma delicadeza extrema ao tratar de um assunto ainda polêmico: a cirurgia de mudança de sexo. O filme é inspirado na vida da pintora Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Wegener e foi uma das primeiras pessoas a se submeter ao procedimento, nos anos 20. Einar é casado com Gerda (Alicia Vikander), também pintora e sua maior cúmplice, numa época em que pessoas que fugiam aos padrões eram internadas sem qualquer tipo de base clínica.

Por que assistir: Para entender um pouco as muitas nuances do universo transgênero, tema ainda tabu, alvo de preconceito e que tem, pouco a pouco, ganhado espaço nos movimentos sociais, na publicidade e nos debates políticos.

SÉRIES

8 – “Breaking Bad” (Estados Unidos, 2008 a 2013)

A história de Walter White (Bryan Cranston) e Jesse Pinkman (Aaron Paul) ganhou o mundo ao misturar química, limites humanos, humor politicamente incorreto e doses de violência em um roteiro impecável, que colocou a produção no “Livro dos Recordes” como a série mais bem avaliada de todos os tempos pela crítica. Na trama, Walter, um professor de química frustrado, descobre um câncer terminal e, determinado a deixar sua família em melhores condições financeiras, passa a fabricar drogas com a ajuda de um ex-aluno problema. Os desdobramentos a partir daí valem cada minuto do seu tempo.

Por que assistir: Mais que uma série sobre drogas e crime, “Breaking Bad” apresenta a química na prática, desde a produção de substâncias perigosas à montagem de uma bateria, por exemplo. A trama é capaz de entreter a todos, de quem já gosta a quem tem dificuldade no estudo da matéria.

9 – “House of Cards” (Estados Unidos, desde 2013)

Impossível deixar o casal Underwood fora da lista! Quem já assistiu a um episódio de “House of Cards”, atualmente em sua quarta temporada, sabe que uma simples piscadela pode deixar passar grandes revelações do jogo pelo poder. Frank (Kevin Spacey) é o congressista americano ambicioso que, após perder a disputa por um importante cargo, é capaz de tudo para destruir os que o prejudicaram. Claire (Robin Wright), sua esposa, dirige uma ONG cujos reais propósitos são duvidosos. Nesse cenário de pecados e vaidades, a série da Netflix é capaz de destruir qualquer inocência em relação ao mundo da política.

Por que assistir: A trama de “House of Cards” desperta o pensamento crítico para situações da política real, o que envolve, além dos protagonistas óbvios, a influência da mídia e de seus interesses.

10 – “Orphan Black” (Canadá, desde 2013)

Parceria da BBC America com o canal Space, a série de ficção científica é daquelas que desperta uma curiosidade crescente pelos próximos acontecimentos a cada episódio. Tudo começa quando Sarah Manning (Tatiana Maslany) testemunha o suicídio de uma mulher e, para sua surpresa, descobre tratar-se de alguém exatamente igual a ela. Mas o clone é apenas a primeira parte de uma conspiração que envolve um grande laboratório químico, o exército, grupos underground e uma boa dose de suspense.

Por que assistir: Biologia e genética dão o tom da trama, que vai fundo em dilemas éticos sobre a clonagem. Além disso, os personagens são fortes e, cada um à sua maneira, colocam em debate as muitas faces da sexualidade humana.