Cotidiano

Deutsche Bank alerta para possibilidade de mais cortes de custos

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FRANKFURT – O Deutsche Bank alertou que pode precisar fazer mais cortes de custos para reverter sua situação atual de forte queda nas receitas, e um recuo de 98% no lucro líquido no segundo trimestre, como consequência dos desafios nos mercados e das baixas taxas de juros.

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“Se o atual ambiente econômico fraco persistir, nós vamos precisar ser mais ambiciosos no timing e na intensidade da nossa reestruturação”, disse o diretor executivo do banco, John Cryan, na quarta-feira. ?Não vamos desviar de decisões duras só para favorecer ganhos no curto prazo?.

Cryan, que está no cargo há um ano, lançou uma revisão ampla do banco, cortando vagas, reformando sistemas de tecnologia da informação e diminuindo ativos não essenciais.

Em contrate a alguns bancos europeus, o Deutsche Bank mantém o foco estratégico em investimento bancário, cujo alcance global recebeu o rótulo do Fundo Monetário Internacional de ser o mais arriscado entre todas as instituições financeiras.

Os negócios de comercialização de títulos do Deutsche declinou em um quinto no segundo trimestre, contrastando com o desemepnho que alguns bancos americanos que tiveram resultados mais robustos no mercado doméstico. O Deutsche disse que espera uma retomada de receita no segundo semestre.

As ações do banco alemão, o maior na Alemanha, chegaram a cair 4,5 no índice alemão DAX nesta quarta-feira.

Cryan afirmou que o Deutsche fez progresso na reestruturação, mas investidores e analistas afirmam que esperavam concentração maior no corte de custos, dada a queda de receita em várias áreas da empresa. Especialistas do americano JP Morgan escreveram em nota: ?Estamos desapontados que o Deutsche Bank não está se ajustando a meta de custos, considerando o cenário de baixa receita.

O lucro líquido trimestral caiu para ? 20 milhões ante ? 798 milhões há um ano, mas foi acima das previsões de prejuízo de ? 105 milhões.

Os esforços do Deutsche para reestruturar e ampliar o lucro tem enfrentado dificuldades da ordem de bilhões de euros por litígios, acordos e multas por problemas ligados ao período anterior a crise financeira global. No trimestre, as despesas com litígios caíram para ? 120 milhões, ante ? 1,2 bilhão no ano anterior, compensando uma elevação nos custos de reestruturação.