Cotidiano

Desburocratização vai trazer economia de até R$ 1,5 bilhão

Medida faz parte de um pacote com outras 69 ações propostas pelo Ministério da Agricultura

Agronegócio

 

Cafelândia – O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, visitou na tarde de ontem a fábrica da Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata), em Cafelândia. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar aos cooperados da região Oeste o AgroMais, programa que visa a desburocratização do agronegócio, por meio de um pacote com 69 medidas que vão trazer mais eficiência e modernização ao setor.

“Com menos burocracia nas transações que envolvem o agronegócio, a estimativa é de que até R$ 1,5 bilhão em recursos saiam da ineficiência e sigam para a economia”, relata Novacki. O anúncio foi celebrado pelo presidente da Copacol, Valter Pitol, que acrescentou: “a desburocratização das atividades fará com que o comércio de nossos produtos ocorram de forma mais rápida e eficaz, tanto para o mercado interno quanto ao externo. O decreto publicado pelo ministério vai reduzir significativamente os custos ao prestador de serviços, principalmente devido à agilidade que essa medida produzirá”, comenta Pitol. O montante a ser economizado ainda não foi estipulado pelo setor.  

Antes do programa, as exportações brasileiras, que já eram inspecionadas e possuíam selo de qualidade, eram mais uma vez vistoriadas nos portos, o que atrasava o embarque dos produtos, procedimento que muitas vezes fazia com que prazos fossem perdidos, inviabilizando a comercialização. “Agora, com a eliminação da reinspeção em portos os embarques ocorrem mais rapidamente. Isso só vai acontecer em casos pontuais, onde realmente há necessidade, diferente do que era feito”, diz o ministro. Pitol lembra que a burocracia atrasava várias atividades relacionadas à indústria. “Em relação à cooperativa, o programa só trará benefícios visto a sua eficiência, especialmente às exportações de frango e peixe. Assim, temos mais controle de prazos e conseguimos cumprir com todos os contratos”. Em 2015, a cooperativa manteve transações externas com 56 países. 

O ganho se estende ainda à troca de laudos em papel por arquivos digitais, a aceitação de documentos em inglês e espanhol para produtos vindos de fora, além da revisão das regras de certificação fitossanitária, instauradas em 1952. Além disso, a meta do governo é de subir de 7% para 10% a participação do Brasil no mercado internacional, contando com diversas estratégias, entre elas, a revisão de todos os procedimentos do ministério.

Pisacoop

Eumar Novacki esteve ainda na Sociedade Rural do Oeste do Paraná, em Cascavel, para lançar o Pisacoop (Programa Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Cooperativismo e Associativismo), um trabalho de extensão rural voltado principalmente à assistência técnica ao produtor. “O Pisacoop vai trazer esperança ao agricultor, mostrar que a crise está passando e a saída passa pelo agronegócio brasileiro”, afirma o ministro interino. O programa vai auxiliar também o pequeno produtor para que tenha maior rentabilidade e possa no futuro seguir para o mercado externo.

Logística

Questionado sobre as rodovias federais que servem para o escoamento da safra, o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, relata que estudos estão sendo feitos junto com a Embrapa Logística para detectar onde estão os maiores gargalos do setor. Ele disse ainda que serão promovidas ações pontuais para melhorar a situação em todo o País. No entanto, o ministro não informou qual o montante a ser gasto com essas medidas nem quando serão feitas. “Mesmo diante das dificuldades, somos competitivos. O Brasil tem recursos para o setor, mas é preciso investir do modo correto”, ressalta.  

Invasões

Em relação às invasões de terras, provocadas principalmente pelo MST, o ministro interino Eumar Novacki afirmou que o governo federal não vai tolerar esse tipo de atitude. “Vamos trabalhar de modo muito duro mantendo a ordem e a disciplina, fazendo com que as leis sejam cumpridas. Então, dentro desse ambiente ordeiro as pessoas vão ter que se enquadrar”, relata.