Cotidiano

Desafiando a lei, canadense abre loja para vender maconha em Montreal

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RIO ? Um ativista conhecido como ?príncipe da erva? abriu nesta quinta-feira oito lojas para a venda de maconha em Montreal, segunda maior cidade do Canadá. A polêmica é que o país ainda não aprovou uma legislação para legalizar o uso da droga, prometida para o primeiro semestre do ano que vem. Pelo Twitter, a prefeitura local prometeu ?tolerância zero para os que desrespeitarem a lei vigente?.

O responsável por trás da iniciativa é Marc Emery, criador da rede de franquias Cannabis Culture. Em coletiva de imprensa em um dos estabelecimentos abertos em Montreal, ele classificou a proibição da maconha para fins recreativos como ?absurda e injusta?.

Antes de chegar a Montreal, Emery já abriu lojas em Vancouver, Toronto e outras cidades menores no país, num desafio à legislação. Os estabelecimentos foram fechados pela polícia, mas reabriram após alguns dias.

? Ainda é ilegal vender maconha para fins recreativos, e é nossa responsabilidade a aplicação da lei, então é isso que faremos ? disse o porta-voz da polícia de Montreal Marie-Claude Dandenault. ? Se atos criminosos foram cometidos, nós tomaremos ação.

Pela internet, Every pede que os cidadãos de Montreal telefonem, mandem e-mails e tweets para a prefeitura e para a polícia, para demonstrar apoio à iniciativa.

?As pessoas de Montreal têm o direito de comprar cannabis de qualidade de um local seguro e não devem ser forçadas a comprar no mercado ilegal?, diz a empresa.

Na inauguração desta semana, a presença da polícia era visível nos arredores das novas lojas, mas em nenhum momento eles intervieram. A Cannabis Culture vende maconha para maiores de 19 anos, com preços que variam entre 7 e 14 dólares canadenses por grama.

? Estamos orgulhosos por demonstrar como pode parecer a legislação da maconha, com a venda livre aos consumidores canadenses vítimas da proibição e condenados pela polícia e pela justiça ? disse Jodie Emery, esposa do ativista, à AFP.

Marc Emery participa de movimentos pela legalização da maconha há duas décadas, como o fundador da revista ?Cannabis Culture? e do Partido da Maconha. Em maio de 2010, ele foi extraditado para os EUA após ser condenado pela venda, pela internet, de sementes de maconha. Ele retornou ao Canadá em agosto de 2014, após cumprir sua pena.