Esportes

Derrotas são águas passadas para Sarah Sjöström e Katinka Hosszu

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Michael Phelps à parte, a natação dos Jogos do Rio tem sido marcada por grandes estrelas nas provas femininas. E duas línguas novas estão sendo escutadas com mais frequência no Estádio Aquático em um esporte dominado pelo inglês de americanos e australianos: o sueco e o húngaro.

NATAÇÃO 10-08

Tudo fruto do sucesso de duas nadadoras. A jovem sueca Sarah Sjöström, de 22 anos, e a húngara Katinka Hosszu, de 27. Ambas estão empolgando o público e sendo protagonistas das disputas ao lado do fenômeno americano Katie Ledecky, de 19 anos, dona de três medalhas no Rio, sendo duas de ouro (200m e 400m livre).

Além de estarem brilhando no Rio, Sarah e Katinka têm outra coisa em comum. Ambas foram para Londres-2012 como potenciais vencedoras de suas provas, mas falharam. Precisaram esperar mais quatro anos para a consagração.

Sarah disputou os Jogos da capital britânica com apenas 18 anos. Já era uma estrela em ascensão das provas de velocidade, especialmente os 50m e 100m borboleta. Nos 100m, por exemplo, ela tem cinco dos seis melhores tempos da história. Domina a prova desde 2009, mas não conseguiu sequer subir ao pódio.

A consagração só veio no Rio. E foi de forma muito especial. Diante de uma empolgada multidão, ela conquistou o ouro batendo os recordes olímpico e mundial do 100m borboleta (55s48). Com isso, Sarah quebrou um jejum. Tornou-se a primeira mulher da história da Suécia a ser campeã olímpica da natação e fez o hino sueco voltar a ser tocado num Parque Aquático depois de 16 anos. A última vitória fora de Lars Frölander nos 100m borboleta em Sydney-2000.

? Tive muitos altos e baixos nos últimos quatro anos. Sou muito feliz de ter conseguido. É difícil de acreditar que eu finalmente conquistei a medalha olímpica ? disse a sempre sorridente Sarah.

A sueca também protagonizou uma emocionante disputa com Katie Ledecky nos 200m livre. No final, Katie venceu a prova com uma diferença de 35 centésimos (1m53s73 contra 1m54s08).

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Essa é a única prova em que as duas se encontraram. Isso porque Sarah é especialista em provas de curta distância. Ainda nadará os 50m livre. Já Katie nada provas com distâncias superiores a 200m. No Rio, foi campeã dos 200m e dos 400m livre e ainda estará nos 800m, prova em que foi ouro em Londres. Depois da prova, a sueca reconheceu que, no momento, é impossível bater a americana.

? Katie é a rainha do nado livre. Fiquei perto dela mais tempo do que esperava. Estou muito feliz com essa medalha ? afirmou a atleta nascida em Salem, cidade de pouco mais de 16,5 mil habitantes.

SONHO REALIZADO

Para Katinka, a volta por cima no Rio pode ser qualificada de histórica. Em Londres, ela disputou apenas a final dos 400m medley e acabou na quarta colocação. Deixou a capital britânica frustrada para, quatro anos depois, conquistar três ouros. Um feito que não acontecia desde que a holandesa Inge de Bruijin venceu as provas dos 50m livre, 100m livre e 100m borboleta em Sydney-2000.

Apelidada de ?Dama de Ferro”, a nadadora de Pecs, no sudoeste da Hungria, foi campeã dos 100m costas e dos 200m e 400m medley. Nos 200m medley, ela bateu o recorde olímpico (2m06s58), enquanto nos 400m medley ela quebrou o recorde mundial (4m26s36).

? Quando eu vim para a Olimpíada não tinha nenhuma medalha. Para mim, estava tudo bem conquistar uma de qualquer cor ? disse a nadadora, que também estivera Atenas-2004 e Pequim-2008.

? Agora tenho três ouros. É incrível ? completou a húngara, que disputará hoje os 200m costa.

A nadadora disse que não se sentiu pressionada no Rio por ainda não ter uma medalha olímpica, mesmo que sempre tenha sido vista como uma atleta talentosa.

No último ciclo olímpico, Katinka havia conquistado duas medalhas de ouro nos 200m e 400m medley nos Mundial de Barcelona-2013 e dois outros ouros nas mesmas provas no Mundial de Kazan, no ano passado. Faltava apenas a coroação olímpica:

? Foi tudo meio louco. Em Londres, eu estava tão preocupada com o que aconteceria se eu não conseguisse uma medalha e foi exatamente o que aconteceu. Aqui (no Rio), eu queria apenas competir. Mas eu tinha um pouco do nervosismo de Londres. Só não senti a pressão. Conseguir ser eu mesma, fiz o meu melhor e felizmente consegui três ouros.