Cotidiano

Deputados venezuelanos denunciam ?escalada da repressão? ao Mercosul

BUENOS AIRES ? A bancada de representantes da Venezuela no Parlamento do Mercosul (Parlasul) divulgou nesta quarta-feira um comunicado no qual denuncia uma ?escalada da repressão? no país. A declaração vem às vésperas da realização do que promete ser uma gigantesca manifestação opositora no país. O protesto deverá exigir a realização de um referendo sobre a continuidade do presidente Nicolás Maduro no poder.

A chamada ?Ocupação de Caracas?, como é chamada a marcha pela oposição, será realizada na próxima quinta-feira na capital do país. Na nota oficial, os deputados venezuelanos no Parlasul afirmaram que nos últimos dias ?desencadeou-se uma escalada repressiva que inclui detenções irregulares, inspeções judiciais, atos hostis de amedrontamento contra cidadãos e líderes de partidos democráticos de oposição, assim como a revisão de medidas judiciais como as que concedem o benefício da prisão domiciliar, dado a presos políticos como Daniel Ceballos, Raúl Baduel e Alexander Tirado?.

Na opinião dos membros da Venezuela no Parlasul, ?cada dia é mais evidente o retrocesso democrático, por exemplo, pelo não reconhecimento da Assembleia Nacional como órgão essencial do Legislativo nacional e o desconhecimento de direitos e garantias básicas que amparam os cidadãos diante da ação abusiva do Estado?.

O comunicado concluiu que ?todas estas violações conformam uma situação de negação da democracia e de violação dos Direitos Humanos que deve ser conhecida e atendida pela comunidade internacional?. Os deputados pediram especial atenção aos países que integram o Mercosul, para que ?vigiem e acompanhem a crise venezuelana, levando em consideração as normas que o bloco prevê para o respeito da democracia?.

Nas últimas semanas, os governos do Brasil, Argentina e Paraguai se opuseram a que a Venezuela assuma a Presidência Pro Tempore do Mercosul ? como estabelece o calendário oficial do bloco ? entre outros motivos, pelo não cumprimento de protocolos internos sobre democracia e direitos humanos.