Cotidiano

Deputados precisam resgatar a Câmara

Depois de meses de tergiversações e manobras, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), finalmente, rendeu-se à verdade quando escreveu o seguinte trecho de sua carta de despedida da Presidência da Câmara: “Somente minha renúncia poderá pôr fim a essa instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará indefinidamente.”

Aconteceu o previsível, o inevitável. Desde ontem, Eduardo Cunha está restrito, de fato, a um detalhe do processo legislativo ? o processo de cassação de seu mandato ? e ao papel de personagem central em múltiplos inquéritos criminais que, por enquanto, estão sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal.

Na política, já é página virada. Por isso mesmo, agora os deputados federais têm a oportunidade e o dever de resgatar a Câmara.

O primeiro passo é eleger, na próxima quinta-feira (14), um presidente e uma Mesa Diretora capaz de devolver a estabilidade à instituição e que, em harmonia mas com independência do Executivo e do Judiciário, avance nas votações das medidas pendentes e vitais à reconstrução da vida nacional ? das leis anticorrupção às reformas político-eleitoral, fiscal, trabalhista e previdenciária.

É o caminho para recuperar a credibilidade institucional, que políticos como Cunha empurraram ao abismo.