BRASÍLIA – Dois dias depois de o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vir a Brasília pedir ao presidente Michel Temer recursos para a cidade, o atual prefeito, Fernando Haddad (PT), refez o percurso. São verbas atrasadas de cerca de R$ 320 milhões, do Ministério das Cidades e do Turismo, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
? Não se trata de um pedido de favor. Se trata de um reembolso de obras já realizadas há muito tempo. Algumas há anos ? disse Haddad, que atribuiu o atraso a problemas burocráticos.
Ele já havia pedido esses recursos em ocasiões anteriores, quando Dilma Rousseff estava no Planalto.
? Vamos lembrar que recentemente a União mandou R$ 3 bilhões para o Rio de Janeiro para garantir a Olimpíada ? alfinetou Haddad, criticando a demora nos repasses do PAC, que já passa de três anos.
Em junho, após o Rio decretar estado de calamidade pública pela situação financeira, a União liberou, por medida provisória, R$ 2,9 bilhões para o estado investir em segurança pública dos Jogos.
O sucessor do petista na prefeitura de São Paulo, o tucano João Doria, havia vindo ao Palácio do Planalto na última terça-feira pedir pelos mesmos recursos, além de mais R$ 500 milhões para ajudar no congelamento da tarifa do transporte público na cidade – Haddad é contra a medida. Durante a campanha, Doria prometeu não reajustar tarifas de 2017 a 2012. Depois, contudo, recuou: só garantiu congelamento em 2017.
A Doria e Haddad, o presidente Michel Temer somente sinalizou, dizendo que iria levar o assuntos das verbas atrasadas do PAC à equipe econômica e “estudar” o caso. Nesta quinta-feira, a arrecadação de impostos e contribuições federais teve o pior resultado para o mês desde 2009.
