Política

Denúncia de quebra de decoro pode tirar mandato de vereador

Cafelândia – A política em Cafelândia, no oeste do Paraná, está fervendo. Tudo por conta de uma comissão processante criada para analisar suposta quebra de decoro parlamentar envolvendo o atual presidente da Câmara Municipal. Motivo: o vereador Rodrigo Diefenthaler (PMDB) é acusado pelo diretório municipal do PDT de ser mandante da agressão do vereador Adilson Alves Garcia (PDT).

Em de setembro de 2016, às vésperas das eleições, Garcia foi atingido por pedras na cabeça e socos. Três homens encapuzados abordaram o então candidato à reeleição, que na época ocupava o cargo de vice-presidente da Câmara. O caso também é apurado pela Polícia Civil. “Vieram à tona áudios envolvendo o presidente da Câmara com o executor da agressão, dando conta de que estava a serviço do vereador. Rodrigo orientava para o agressor mentir para as autoridades”, afirma o presidente do PDT no Município, Clair Spanhol.

Nesta semana, Rodrigo será notificado para dar explicações sobre as acusações. Ele se mantém no cargo de presidente do Legislativo até o fim das investigações. Assim que receber a notificação, terá dez dias para se defender.

A comissão processante é formada pelos vereadores Solange Koehler (PT) – presidente; Charles Roling (DEM) – relator e o membro Osni Eising (PMDB).

Denúncias de abuso sexual

Os motivos da agressão ainda não foram esclarecidos. Clair Spanhol relembra denúncias de abuso sexual feitas contra Adilson Garcia, também conhecido como Dil. Segundo ele, nunca houve comprovação de envolvimento do vereador nem sequer investigações foram abertas. “Houve uma armação para supor um assédio. Inclusive, queriam que essa falsa informação chegasse até a mídia. Nessas gravações, aparece o Rodrigo. Tudo indica que pretendiam desgastar a imagem do Dil”, declara Clair.

O presidente do PDT no Município disse que antes de o caso vir a tona, o partido foi favorável a Rodrigo ocupar o cargo de presidente na Câmara. “Abrimos mão de compor uma chapa e o Dil seria, sem dúvida, eleito presidente”.

Spanhol faz duras críticas ao atual presidente: “Houve inveja, tentativa de reduzir a importância do partido. Houve uma armação gratuita e muito rasteira. Esse tipo de pessoa não merece representar o povo por meio de mandato”.

Sem notificação

Até o fim da tarde de ontem, Rodrigo Diefenthaler (PMDB) ainda não havia recebido a notificação da comissão processante, por isso, em resposta ao Jornal O Paraná, pediu para não se manifestar por enquanto. “Ele terá o prazo legal de dez dias para contestar. Poderá abaular provas e testemunhas para que possamos analisar e decidir se a investigação prossegue ou será arquivada”, explica o relator Charles Roling (DEM).

A expectativa é de que Rodrigo seja notificado ainda nesta semana. A próxima sessão na Câmara de Vereadores será segunda-feira, às 19h, mas ainda não terá o assunto no expediente.