Policial

Denúncia da ex-esposa levou à prisão de secretário de Saúde

Chico é acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações

Cascavel – Denunciado pela própria ex-esposa, em cuja conta o dinheiro era movimentado, o secretário de Saúde de Corbélia, Francisco Celiomar da Silva, mais conhecido como Chico Bala, foi preso ontem na terceira fase da Operação Panacea, desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado). Chico é acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações para compra de medicamentos.

Segundo o delegado Thiago da Nóbrega, as investigações apontam que, durante três anos, o secretário articulou contratos ilegais de empresas de Cascavel, recebendo valores mensais em propina.

“As investigações nesse caso duraram três meses e pelo menos R$ 250 mil foram desviados dos cofres públicos”.

Além da prisão do secretário, 17 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva foram cumpridos pela Polícia Civil em quatro cidades da região: Cascavel, Corbélia, Vera Cruz do Oeste e Toledo. Em Cascavel, a operação aconteceu em um condomínio de luxo na Rua Pato Branco, no Jardim Nova York.

Quatro médicos, três de Cascavel e um de Corbélia, sócios da Sistemed Oeste, foram encaminhados ao Gaeco para prestar esclarecimentos. Os profissionais, especialistas em ginecologia e obstetrícia, ganharam uma licitação para cumprir 40 horas semanais de atendimento em Corbélia, mas isso não era cumprido segundo o Gaeco. De cada R$ 37 mil recebidos para prestar o serviço, R$ 10 mil eram repassados mensalmente ao secretário.

Outro agente público encaminhado ao Gaeco para prestar esclarecimentos é Enio Alceu Fritschi, responsável pela Secretaria de Saúde de Vera Cruz do Oeste. O nome de Fritschi apareceu durante as investigações. Conforme o Gaeco, ele é proprietário de uma farmácia em Toledo que estaria repassando mensalmente R$ 3,5 mil ao secretário de Corbélia.

A polícia acredita que a ex-esposa do secretário não era quem movimentava a conta. A fraude teria começado ainda em 20013 e envolve empresas de fornecimento de medicamentos, serviços médicos e de refeições. A do ramo alimentício repassaria R$ 2 mil mensais a Chico Bala.

(Com informações de Tissiane Merlak)