Policial

Delegacia de Mulher já registrou 61 casos de estupro em 2015

O maior problema é o fato de que 80% das denúncias envolvem crianças como vítimas

Cascavel – A cada mês, a Delegacia da Mulher em Cascavel recebe uma média de seis denúncias envolvendo abuso sexual na cidade. Os números são bastante elevados e, segundo os investigadores da Polícia Civil, têm crescido consideravelmente. O maior problema, segundo eles, é o fato de que 80% das denúncias envolvem crianças como vítimas.

Levantamento de O Paraná aponta o registro de um novo caso a cada cinco dias na cidade. Conforme os dados da Delegacia da Mulher, os meses de abril e maio, justamente o período em que foi realizado em Cascavel um simpósio para discutir o tema, foram os que mais registraram casos de estupro: 11 cada.

Na sequência vêm os meses de março e junho com sete casos cada, janeiro com seis. De julho até outubro foram 16 registros e o mês do ano com menor número de casos foi fevereiro, com três.

A preocupação aumenta na medida em que muitos dos casos não são denunciados. Os boletins feitos em 2015 estão relacionados ao centro da cidade, aos bairros Maria Luiza, Cancelli, Presidente, Floresta e Melissa, e algumas comunidades do interior.

Em família

Na maioria das vezes os abusadores são pais, padrastos, maridos e amigos das vítimas. Eles aproveitam a proximidade e o bom relacionamento para praticar os atos ilícitos. Vale ressaltar que, para efeitos legais, abusos sexuais e estupros não são apenas aqueles em que há conjunção carnal. Um simples toque com conotação sexual já é um abuso.

Medo

No caso das crianças, segundo a conselheira Andrelina Pedroza Batisti, o medo de denunciar ainda é a principal barreira.

“Elas têm medo de falar, preferem sofrer sozinhas e quando não conseguem mais se conter, partem para a rebeldia como forma de chamar a atenção”.

Ela explica ainda que os pais devem ficar atentos a qualquer mudança repentina de comportamento.

“A rebeldia é, em muitos casos, um pedido de socorro, uma forma de dizer ‘olhem para mim’”.

(Com informações de Tissiane Merlak)