Cotidiano

Delator da Lava-Jato devolve US$ 23,8 milhões em propinas

SÃO PAULO. Zwi Skornicki, representante do estaleiro Keppel Fels, se comprometeu a devolver US$ 23,8 milhões em propinas vinculadas a contratos da Petrobras e entregou à Justiça todas as obras de arte apreendidas durante as buscas realizadas em seus endereços pela Polícia Federal, na 23ª Fase da Lava-Jato. O valor consta do acordo de delação de Skornicki, homologado no último dia 6 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e encaminhado nesta sexta-feira ao juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato em primeira instância, pelo Ministério Público Federal..

O valor está depositado em contas na Suíça, cujos extratos foram entregues aos investigadores. Skornick ficou 173 dias preso e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica por seis meses. Em seguida, terá direito ao regime aberto domiciliar, com obrigatoriamente de ficar em casa apenas no período noturno.

Apontado pela Polícia Federal como um dos principais operadores de propina da Petrobras, Skornicki foi preso na mesma operação que levou à prisão o marqueteiro do PT João Santana e a mulher dele, Mônica Moura. Ele responde em ação por ter repassado ao casal de publicitários US$ 4,5 milhões, para pagamento de dívidas de campanha do PT, e confessou que o valor era referente a propina em contrato da Petrobras.

Na investigação que envolve a participação do ex-ministro Antônio Palocci, Skornicki aparece também em agendas de reuniões com executivos da Odebrecht.