Cotidiano

Defesa de operador de Cabral alega ameaça de rebelião para pedir prisão domiciliar

RIO ? A defesa de Luiz Carlos Bezerra, apontado pelos investigadores da Operação Calicute como um dos operadores de propina do ex-governador Sérgio Cabral, utilizou o clima de tensão no sistema prisional para pedir nesta terça-feira que seu cliente seja transferido para a prisão domiciliar. É o terceiro réu a solicitar o benefício nas últimas semanas. De acordo com os advogados Ranieri Neto e Marcelo Py, ?no que concerne à ameaça à integridade física, o requerente sofre seríssimo risco de vida, ante à iminência de uma rebelião no presídio José Frederico Marques (Bangu 10)?.

No pedido encaminhado ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, os advogados lembram que outro réu preso na Calicute, Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, recebeu o benefício da prisão domiciliar no último dia 10. No caso de Paulo Fernando, porém, seus advogados alegavam que temiam pela segurança de seu cliente pelas informações veiculadas na imprensa de que ele estaria negociando uma delação com o Ministério Publico Federal. Entre os pontos que seriam abordados, estaria a propriedade de uma lancha de uma empresa de Paulo Fernando que, na verdade, seria do ex-governador Sérgio Cabral.

Outro réu na Caliciute que já pediu a prisão domiciliar foi o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga, cuja alegação principal também foi a ameaça à segurança graças a negociações de delação. O pedido ainda não foi analisado pelo juiz Marcelo Bretas.

No pedido de Luiz Carlos Bezerra, seus advogados definem a situação em Bangu 10 como um ?barril de pólvora?, após a chegada de 600 presos ligados a uma facção criminosa. A defesa alega seu cliente ?não apresenta nenhum sinal de periculosidade e o deferimento de prisão domiciliar ao mesmo, igualmente, representa medida responsável, ponderada e justa, em especialmente diante desse cruel e triste cenário de nossa população carcerária?.