Cotidiano

Declaração de Nova York defende tolerância com refugiados

UN-ASSEMBLY_NOVA YORK ? A Assembleia Geral da ONU adotou por consenso nesta segunda-feira a Delcaração de Nova York sobre os refugiados, pedindo ?tolerância?. O documento, uma carta de princípios, não gera compromissos práticos, como mudanças na política ou ampliação do recebimento de refugiados, mas é uma sinalização política para um problema crescente: de acordo com a ONU, 2015 teve o recorde no número de refugiados ? 21, 3 milhões em todo o mundo. Pode ocorrer nesta terça-feira, na reunião sobre o tema convocada pelos Estados Unidos, o estabelecimento de novos compromissos para o recebimento de refugiados, embora alguns especialistas sigam céticos quanto a avanços reais.

? A adoção desta declaração implica que mais crianças poderão ir à escola, que mais trabalhadores poderão buscar emprego no exterior de forma segura em vez de ficar a mercê de de traficantes criminosos e que mais pessoas terão opções reais de regressar a seus países quando acaberem os conflitos e a paz voltar ? disse Ban Ki-moon, na primeira grande reunião da ONU sobre o tema.

Segundo Ban, a declaração se compromete a ?proteger os direitos fundamentais de todos os refugiados e migrantes?, aumentar o apoio a países que os acolhem e promover a educação de crianças. Ele ainda ressaltou que ?refugiados e migrantes não devem ser vistos como um fardo:

? Eles oferecem um grande potencial.

O texto conclama os países a atenderem os refugiados sem importar seu status, e que os tratados internacionais sobre o tema deverão ser respeitados. A declaração, aprovada por todos os 193 países que integram a ONU, foi elaborada há um mês. Em um momento de radicalização na Europa e do crescimento de Donald Trump nas pesquisas para as eleições americanas ? muitos o acusam de usar um discurso de ódio ? o documento condena os atos de racismo, descriminação racial e xenofobia contra os refugiados e imigrantes.

No total, a ONU diz que no ano passado foram registrados mais de 65,3 milhões de deslocados, incluindo os migrantes e os que se mudaram dentro de seu mesmo país à força. O presidente da Finlândia, H.E. Sauli Ninistö, afirmou na abertura da reunião que, por dia, surgem 30 mil refugiados pelo mundo, que precisa encar essa situação. Na reunião, líderes lembraram que mais pessoas estão sendo obrigadas a deixarem suas casas que nos piores momentos da Segunda Guerra Mundial.