Política

Decisão sobre o auxílio emergencial e do preço do diesel sai esta semana

Bolsonaro diz que “soluções não são fáceis”, vai mostrar origem dos problemas e como resolver

Decisão sobre o auxílio emergencial e do preço do diesel sai esta semana

São Roque (MG) – O presidente Jair Bolsonaro iniciou, ontem (18), a Jornada das Águas, com ações para levar água às regiões mais secas na cidade onde está localizada a nascente histórica do Rio São Francisco, São Roque de Minas (MG). A jornada passará pelos nove estados da região Nordeste onde o Ministério do Desenvolvimento Regional fará anúncios e entregas de obras de infraestrutura, preservação e recuperação de nascentes e cursos d’água, saneamento, irrigação, além de apoio ao setor produtivo e aos municípios.

“Quando se fala em vida, tem que se falar em água”, disse o Presidente Jair Bolsonaro. “A água aqui não é apenas para Minas Gerais, é para o nosso Nordeste, para os nossos irmãos nordestinos. Se não preservarmos aqui faltará lá”, completou.

 

Auxílio emergencial

Ao discursar, Bolsonaro afirmou que o governo deverá resolver nesta semana detalhes sobre a extensão do auxílio emergencial e também de medidas referentes ao preço do diesel no país. “Se Deus quiser, nós resolveremos esta semana a extensão do auxílio emergencial, como devemos resolver também esta semana a questão do preço do diesel”, disse, completando que as “soluções não são fáceis, mas nós temos a obrigação de mostrar a origem do problema e como resolvê-lo”.

Ainda no sábado (16), Bolsonaro disse que teve reunião com ministro, incluindo Paulo Guedes (Economia), para detalhar a extensão do auxílio emergencial em um valor que dê “dignidade aos necessitados”. O auxílio pago durante a pandemia acaba neste mês de outubro. O governo também tem discutido a criação do Auxílio Brasil, o novo programa de assistência social reforçado que substituirá o Bolsa Família. Porém, o novo programa tem encontrado dificuldade em definir a sua fonte de financiamento. O governo busca aprovar no Congresso mudanças legais como uma nova forma de pagamento dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda com o objetivo de abrir espaço fiscal para custear o novo benefício.

O presidente também voltou a afirmar que a inflação tem afetado o mundo inteiro e enfatizou que o problema veio por causa da política do “fique em casa”, adotado por governadores durante a pandemia, afetando diretamente a economia brasileira.

 

Ameaça de greve

A questão do diesel é ainda mais delicada para o governo. Pelo menos três entidades nacionais vinculadas ao setor de transporte de cargas decretaram estado de greve e devem iniciar uma paralisação nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros ainda de 2018. O preço dos combustíveis é a principal reclamação (e reivindicação) dos motoristas, especialmente com os reajustes seguidos determinados pela Petrobras. O preço médio do diesel no país já acumula alta de mais de 50% em 2021.

A decisão pela greve aconteceu durante encontro no Rio de Janeiro que reuniu as entidades como a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), vinculada à CUT; CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), segundo comunicado enviado à imprensa ainda no final de semana.

 

Bolsonaro tem 15 dias para responder

 

De acordo com informações publicados no Portal da CUT, o Governo Bolsonaro “tem o prazo de 15 dias para atender a pauta de reivindicações dos caminhoneiros, caso não atenda, a categoria iniciará paralisação a partir do dia 1º de novembro”. A pauta de reivindicações dos caminhoneiros inclui itens como a revisão da política de preços dos combustíveis na Petrobras, o estabelecimento de um valor mínimo de frete e a melhoria e construção de novos pontos de descanso para a categoria. Os caminhoneiros também exigem reformas no poder legislativo: a aprovação do Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas e o retorno da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao INSS.

“Nosso estado de greve significa dizer para o governo Bolsonaro que o prazo de três anos que ele teve para desenvolver, desencadear, melhorar a vida do transportador autônomo não foi cumprido”, declarou em vídeo o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) Alberto Litti Dahmer, que também encaminhou as demandas ao ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Dahmer disse ainda que os caminhoneiros estão em estado de greve e aguardam que o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, atenda a pauta de reivindicações da categoria.  “Daremos mais 15 dias para que a nossa pauta, que é de conhecimento do ministro Tarcísio e do governo Bolsonaro, seja aplicada de fato para os caminhoneiros”, reforçou Litti.

Foto: reprodução/ABR