Policial

De olho no vizinho

Faz poucos dias que a placa verde está na frente da casa do seu José Araújo. Ela identifica que a residência, na Rua Pernambuco, Bairro Aclimação, faz parte do Projeto Vizinho Solidário.

E dá para entender o porquê. No portão, cadeado e corrente, mesmo com todo mundo em casa. Na casa dele, nunca nenhum ladrão ousou entrar. Mas, não dá para dar chance ao perigo. “O combinado é ligar para o vizinho, entrar em contato, a qualquer sinal de violência”, explica.

A babá Cleuza Ribeiro, esposa dele, cuida de crianças em casa, o que gera ainda mais responsabilidade ao casal, que procura sempre participar das reuniões propostas pela associação de moradores do Bairro Aclimação. “Uma vez, quando eu fui viajar, a moradora de trás escutou um barulho de madrugada, e chamou a Polícia Militar imediatamente, acreditando que estavam tentando arrombar minha casa. Ninguém foi visto, mas a atitude dela foi muito importante”, conta Cleuza.

No Bairro, cerca de 60 famílias já aderiram ao projeto. “Começamos com a ideia porque havia vários casos de ladrões invadirem casas aqui. Então, resolvemos tomar uma atitude para evitar isso”, explica a presidente do Bairro, Neide Aparecida Winheln.

O projeto

O Bairro Aclimação foi o último a aderir ao Projeto Vizinho Solidário. Criado em 2013, com início no Bairro Cidade Verde, o Vizinho Solidário já tem 15 bairros adeptos, em parceria com o Conseg (Conselho Municipal de Segurança) e a Polícia Militar. “Vamos até o bairro que solicita participar, e fazemos reuniões. Os vizinhos precisam comprar a placa e nós ensinamos como montar os grupos, inclusive nas redes sociais. É um projeto que deu muito certo e está se disseminando”, resume o vice-presidente do Conseg, Luiz Wosiak.

Sede

No Bairro Claudete, o sucesso do Vizinho Solidário é tamanho que as lideranças comunitárias planejam uma sede administrativa, para que as pessoas conheçam mais sobre o projeto. “Provavelmente será na Rua Jorge Lacerda. Um espaço em que as pessoas podem tirar dúvidas a respeito da ideia e também ajudar na segurança da sua própria casa, do vizinho, da rua”, comenta o líder comunitário Clóvis Petrocelli.