Cotidiano

De olho em novo mandato, Morales reforma Gabinete e demite ministros

BOLIVIA-POLITICS_-G4B337EJF.1.jpgLA PAZ – Faltam mais de dois anos para as eleições na Bolívia, mas o presidente Evo Morales já está movendo as cartas para tentar driblar as regras e ser reeleito mais uma vez ? contrariando o resultado de um referendo que foi contra essa possibilidade no ano passado. Numa profunda reforma ministerial anunciada na segunda-feira, o presidente prometeu uma mudança geracional e deixou de fora colaboradores de longa data, incluindo o chanceler David Choquehuanca. Com o novo Gabinete, Morales busca abrir caminho para a mudança que possibilite sua permanência no poder e se postular a um quarto mandato na disputa de 2019.

O chefe de Estado boliviano inicia seu 12º ano no poder com um índice de popularidade de 58%. Apesar de ter perdido o referendo para modificar a Constituição e lhe permitir concorrer a mais um mandato, Morales indicou que não vai desistir e estuda mecanismos constitucionais para entrar na disputa.

Ao anunciar seu novo Gabinete, o presidente pediu a cada ministro que apresente em dois meses um plano para acabar com a burocracia e atender melhor à população.

? É preciso continuar trabalhando e planejando ? disse Morales em seu discurso, assegurando que seu Gabinete trabalhará ainda para eliminar problemas como a ?microcorrupção? nos ministérios.

O presidente antecipara que iria formar um ?Gabinete político?, focado na chamada Agenda 2025 ? considerada a maior estratégia do Estado. Ao todo, ele nomeou dez novos ministros. A renúncia do Gabinete é uma prática habitual a cada 22 de janeiro, data em que Morales entrega um relatório de gestão à nação.

Uma das principais mudanças foi a de Choquehuanca, que entrou logo no início do governo Morales, em 2006, e agora será substituído pelo advogado Fernando Huanacuni. Outro nome de peso que deixa o governo é o principal assessor político do presidente, Juan Ramón Quintana, cujo cargo será ocupado pelo ex-parlamentar René Martínez.

Morales eliminou as pastas de Transparência e Autonomia, e criou a de Energia. O único que permanece desde o início do governo é o ministro de Economia, Luis Arce.