Cotidiano

Davos: Brasil despenca em ranking de ambiente de negócios

DAVOS – O Brasil despencou no ranking de países nos quais executivos de grandes empresas (CEOs) esperam obter crescimento em seus negócios nos próximos 12 meses. Isso é o que mostra pesquisa feita pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) e divulgada nesta segunda-feira em Davos, na Suíça. O documento é tradicionalmente distribuído na véspera da abertura da reunião do Fórum Econômico Mundial (WEF).

O levantamento mostra que, entre 2011 e 2017, o Brasil passou da 3a para a 7a posição entre mercados que animam os CEOs. Há seis anos, 19% dos entrevistados citavam o país como um local no qual esperavam obter crescimento nos negócios. Já na pesquisa deste ano, somente 7% escolheram o mercado brasileiro como uma prioridade.

A pergunta respondida pelos executivos foi: ?quais são os três países, tirando o seu próprio, que você considera mais importantes para o crescimento geral de sua organização nos próximos 12 meses??. No topo lista de 2017 estão os Estados Unidos, que foram apontados por 43% dos empresários. Em 2011, o país estava em segundo lugar.

A China também caiu no ranking, mas perdeu apenas uma posição. Em 2011, era apontada por 39% dos CEOs e estava em primeiro lugar. Agora, em 2017, foi escolhida por 33%, caindo para a segunda posição. Ou seja, americanos e chineses trocaram de lugar na lista.

No documento, o Brasil é citado apenas seis vezes, contra 12 da China, por exemplo. Num trecho, a PwC destaca que o Brasil tomou um tombo no ranking nos últimos anos e ?entrou numa recessão profunda?, embora já comece a dar alguns sinais de recuperação. É justamente para falar desses sinais que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, decidiu vir a Davos.

A pedido do presidente Michel Temer, que também queria vir ao Fórum, mas preferiu ficar no Brasil para acompanhar de perto a reta final da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, Meirelles vai conversar com investidores e ressaltar avanços que já foram obtidos pelo governo no campo econômico. Um dos destaques será a aprovação pelo Congresso da proposta da emenda à Constituição (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos. O ministro pretende ainda falar das propostas e reforma da Previdência e trabalhista. Também estarão no Fórum o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, os ministros do Desenvolvimento, Marcos, Pereira, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, além do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A pesquisa da PwC completa 20 anos em 2017 e tem como título ?20 anos dentro das mentes dos CEOs. O que vem adiante??. O levantamento mostra que incertezas em relação ao crescimento econômico, excesso de regulação e falta de mão de obra qualificada continuam sendo os principais fatores de risco para os executivos. Mesmo assim, a consultoria aponta que eles ficaram mais otimistas com o passar do tempo.

?Em 1997, quando completamos nossa primeira pesquisa, apenas um terço dos participantes estava muito confiante sobre o desempenho das receitas de seus negócios num prazo de três anos, embora o mercado mundial estivesse numa tendência de alta. Este ano, por outro lado, 51% dos CEOs estão extremamente positivos sobre as perspectivas de receitas para seus negócios?, diz a pequisa, que acrescenta ainda: ?Outros 38% estão muito otimistas em relação aos resultados imediatos, contra 35% no ano passado?. O levantamento da PwC foi feito com 1.379 grandes executivos de 79 países. (*) Enviada especial